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França: Procurações para as legislativas batem recordes

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Num contexto político sem precedentes, os franceses estão a mobilizar-se para votar nas eleições legislativas antecipadas marcadas para 30 de Junho e 7 de Julho. Depois do Presidente francês, Emmanuel Macron, ter anunciado dissolução da Assembleia Nacional mais de 1,3 milhões de procurações foram registadas, quase seis vezes mais do que em 2022.

Quem vai beneficiar com este aumento de procurações e quais serão as consequências no resultado eleitoral, Luísa Semedo doutorada em Filosofia pela Universidade da Sorbonne, considera que vai depender de quem conseguir mobilizar mais eleitorado.

RFI: Quem vai beneficiar com este aumento de procurações?

Luísa Semedo doutorada em Filosofia pela Universidade da Sorbonne: vai depender muito de quem conseguir mobilizar mais eleitorado. Eu sei que à esquerda, logo que foi anunciada a dissolução da Assembleia Nacional, começou logo a fazer campanha para os pedidos de procuração. Mas por outro lado, as pessoas que mais votam por procuração, pelo menos é o que os estudos dizem, são pessoas com certo nível académico e social. Portanto, este benefício ainda não está claro.

Este aumento de procurações pode significar uma maior mobilização dos eleitores, nomeadamente por parte dos abstencionistas?

O que dizem os especialistas é que este aumento de procurações não significa que haverá mais votos da parte dos abstencionistas Este aumento de procurações foi pedido por eleitores que já iriam votar, mas por estarem de férias ou a trabalhar nesse dia, decidem dar o voto por procuração.

Nos últimos dias, assistimos a uma série de iniciativas de mobilização por parte da sociedade civil a alertar os eleitores para os perigos da chegada da extrema-direita francesa ao poder. No momento em que as mensagens populistas ganham cada vez mais espaço, os eleitores franceses estão verdadeiramente conscientes da importância deste escrutínio?

Os eleitores que já estavam sensibilizados para essa questão ou que já tinham uma visão precisa do que é a extrema-direita estão bastante mobilizados. Basta ver as manifestações que são bastante concorridas. Por ter estado em algumas, fico surpreendida com o número de pessoas presentes e as faixas-etárias, dos mais jovens até aos mais idosos.

Há também uma grande mobilização nas redes sociais. Mas vai ser complicado porque a abstenção ainda está, pelo menos nas sondagens, bastante presente. O que me leva a afirmar que não talvez não haja tanta consciência do perigo que representa a chegada da extrema-direita ao poder. Não podemos esquecer que há uma parte do centro e da direita que está a fazer uma campanha contra a esquerda, banalizando, de alguma forma, a extrema-direita.

Várias personalidades do mundo da música, do cinema, do teatro e até do desporto que enviaram mensagens a apelarem ao voto dos franceses. Esta semana, o director do Festival de Avignon, Tiago Rodrigues, pediu aos franceses para votarem contra a extrema direita nas legislativas de 30 de junho e 7 de julho. Este pedido chega a tempo?

O tempo é escasso. Estamos numa das campanhas mais curtas da história da V República. Porém, é sempre importante que todas as vozes possam ser ouvidas e que possamos ser alertados sobre o perigo da chegada da extrema-direita ao poder. A cultura não é propriamente o domínio que a extrema-direita mais gosta. Trata-se de um domínio onde exercem sempre alguma censura e restrição. Por exemplo, agora no programa que eles apresentaram, a cultura aparece muito pouco e quando aparece é para ligá-la ao património, à tradição ou ao folclore. Não para proteger a liberdade artística ou a liberdade de criatividade.

A esquerda apresenta-se unida nestas eleições. Esta união vem tarde demais?

Esta união já tinha, de certa forma, sido testada com a NUPES, nas eleições anteriores. Portanto, já havia caminhos, vamos assim dizer, de diálogo e havia mesmo essa vontade por parte do eleitorado. Depois de Emmanuel Macron ter anunciado a dissolução da Assembleia Nacional muitos eleitores pediram que a esquerda se unisse. Vários analistas afirmaram que o próprio chefe de Estado francês ficou surpreendido com esta união.

Todavia, há algumas vozes polémicas na esquerda. Estou a pensar em Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa, que diz estar preparado para ser primeiro-ministro da França. Este tipo de declaração pode afectar de alguma forma a esquerda nestas eleições?

Sim, penso que pode. Nomeadamente, para aqueles eleitores sociais-democratas mais próximos, vamos assim dizer, do PS, da ala talvez mais centrista ou até de direita. Mas, por enquanto, a esquerda está completamente focada em não permitir que a extrema-direita chegue ao poder.

Há o risco de o partido do Presidente da República, o partido de Emmanuel Macron, poder desaparecer nestas legislativas?Foi o próprio ex-primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, a afirmar que seria o fim do partido da República em Marcha, actual Renascença. Todavia, Emmanuel Macron está cada vez mais à direita e, portanto, esta ideia de um partido abarcar pessoas da direita, centro e da esquerda acabou.

Todas as sondagens até agora dão vitória à extrema-direita. A confirmar se este cenário, que França passaremos a ter a partir do dia 8 de Julho?

Penso que vai depender muito da maioria alcançada na Assembleia Nacional. Todavia, há coisas que já estão a mudar, pessoas que são atacadas por não serem francesas de origem. Estou a pensar no jornalista Karim Rissouli, que é apresentador na televisão pública francesa, que recebeu uma carta em casa-nem sequer no local de trabalho- com propósitos racistas. Acredito que haverá uma normalização dos ataques, nomeadamente a jornalistas que não sejam considerados como franceses.

Ou seja, uma exacerbação dos comportamentos xenófobos e racistas….

Sim, penso que esses comportamentos se vão normalizar.

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Quem vai beneficiar com este aumento de procurações e quais serão as consequências no resultado eleitoral, Luísa Semedo doutorada em Filosofia pela Universidade da Sorbonne, considera que vai depender de quem conseguir mobilizar mais eleitorado.

RFI: Quem vai beneficiar com este aumento de procurações?

Luísa Semedo doutorada em Filosofia pela Universidade da Sorbonne: vai depender muito de quem conseguir mobilizar mais eleitorado. Eu sei que à esquerda, logo que foi anunciada a dissolução da Assembleia Nacional, começou logo a fazer campanha para os pedidos de procuração. Mas por outro lado, as pessoas que mais votam por procuração, pelo menos é o que os estudos dizem, são pessoas com certo nível académico e social. Portanto, este benefício ainda não está claro.

Este aumento de procurações pode significar uma maior mobilização dos eleitores, nomeadamente por parte dos abstencionistas?

O que dizem os especialistas é que este aumento de procurações não significa que haverá mais votos da parte dos abstencionistas Este aumento de procurações foi pedido por eleitores que já iriam votar, mas por estarem de férias ou a trabalhar nesse dia, decidem dar o voto por procuração.

Nos últimos dias, assistimos a uma série de iniciativas de mobilização por parte da sociedade civil a alertar os eleitores para os perigos da chegada da extrema-direita francesa ao poder. No momento em que as mensagens populistas ganham cada vez mais espaço, os eleitores franceses estão verdadeiramente conscientes da importância deste escrutínio?

Os eleitores que já estavam sensibilizados para essa questão ou que já tinham uma visão precisa do que é a extrema-direita estão bastante mobilizados. Basta ver as manifestações que são bastante concorridas. Por ter estado em algumas, fico surpreendida com o número de pessoas presentes e as faixas-etárias, dos mais jovens até aos mais idosos.

Há também uma grande mobilização nas redes sociais. Mas vai ser complicado porque a abstenção ainda está, pelo menos nas sondagens, bastante presente. O que me leva a afirmar que não talvez não haja tanta consciência do perigo que representa a chegada da extrema-direita ao poder. Não podemos esquecer que há uma parte do centro e da direita que está a fazer uma campanha contra a esquerda, banalizando, de alguma forma, a extrema-direita.

Várias personalidades do mundo da música, do cinema, do teatro e até do desporto que enviaram mensagens a apelarem ao voto dos franceses. Esta semana, o director do Festival de Avignon, Tiago Rodrigues, pediu aos franceses para votarem contra a extrema direita nas legislativas de 30 de junho e 7 de julho. Este pedido chega a tempo?

O tempo é escasso. Estamos numa das campanhas mais curtas da história da V República. Porém, é sempre importante que todas as vozes possam ser ouvidas e que possamos ser alertados sobre o perigo da chegada da extrema-direita ao poder. A cultura não é propriamente o domínio que a extrema-direita mais gosta. Trata-se de um domínio onde exercem sempre alguma censura e restrição. Por exemplo, agora no programa que eles apresentaram, a cultura aparece muito pouco e quando aparece é para ligá-la ao património, à tradição ou ao folclore. Não para proteger a liberdade artística ou a liberdade de criatividade.

A esquerda apresenta-se unida nestas eleições. Esta união vem tarde demais?

Esta união já tinha, de certa forma, sido testada com a NUPES, nas eleições anteriores. Portanto, já havia caminhos, vamos assim dizer, de diálogo e havia mesmo essa vontade por parte do eleitorado. Depois de Emmanuel Macron ter anunciado a dissolução da Assembleia Nacional muitos eleitores pediram que a esquerda se unisse. Vários analistas afirmaram que o próprio chefe de Estado francês ficou surpreendido com esta união.

Todavia, há algumas vozes polémicas na esquerda. Estou a pensar em Jean-Luc Mélenchon, da França Insubmissa, que diz estar preparado para ser primeiro-ministro da França. Este tipo de declaração pode afectar de alguma forma a esquerda nestas eleições?

Sim, penso que pode. Nomeadamente, para aqueles eleitores sociais-democratas mais próximos, vamos assim dizer, do PS, da ala talvez mais centrista ou até de direita. Mas, por enquanto, a esquerda está completamente focada em não permitir que a extrema-direita chegue ao poder.

Há o risco de o partido do Presidente da República, o partido de Emmanuel Macron, poder desaparecer nestas legislativas?Foi o próprio ex-primeiro-ministro francês, Édouard Philippe, a afirmar que seria o fim do partido da República em Marcha, actual Renascença. Todavia, Emmanuel Macron está cada vez mais à direita e, portanto, esta ideia de um partido abarcar pessoas da direita, centro e da esquerda acabou.

Todas as sondagens até agora dão vitória à extrema-direita. A confirmar se este cenário, que França passaremos a ter a partir do dia 8 de Julho?

Penso que vai depender muito da maioria alcançada na Assembleia Nacional. Todavia, há coisas que já estão a mudar, pessoas que são atacadas por não serem francesas de origem. Estou a pensar no jornalista Karim Rissouli, que é apresentador na televisão pública francesa, que recebeu uma carta em casa-nem sequer no local de trabalho- com propósitos racistas. Acredito que haverá uma normalização dos ataques, nomeadamente a jornalistas que não sejam considerados como franceses.

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