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Incêndios em Los Angeles à prova dos ventos fortes
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Na Califórnia, nos Estados Unidos, a área de Los Angeles está a ser palco de violentos incêndios que têm deixado vasto rasto de destruição e, também, mataram pelo menos 24 pessoas.
Guenny Pires é um cineasta a residir na região à qual ele acaba de regressar proveniente de Cabo Verde.
Ele relatar à RFI as imagens que tem testemunhado desde que chegou de volta a Los Angeles.
Guenny Pires, cineasta radicado na região de Los Angeles:
Durante a viagem, o avião passa pelo lado leste de Los Angeles, onde tem neste momento a maior quantidade de fogo. Mas pode-se reparar, durante a caminhada, o percurso do aeroporto para onde estou neste momento... pode-se ver várias destruições, sobretudo no lado do Pacífico.
No lado onde começou o fogo, com muitas destruições, sobretudo com pessoas muito em baixo, com situações bastante delicadas. E muita movimentação de pessoas do corpo do bombeiros e corpo de polícia a tentar fazer de tudo para apaziguar este desastre que infelizmente ainda continua. Com várias dificuldades, sobretudo por causa do vento forte que está a fazer neste momento.
Mas o número de vítimas também aumentou e, além disso, a destruição continua de uma forma incrível e esperamos que melhores momentos, melhores dias possam vir brevemente.
Como trabalho numa universidade Mount Centre Mary's University, que está no lado do Pacífico, esta universidade está fechada.
O Hollywood Studio, onde vou com mais frequência neste momento, suspendeu todas as actividades e tem actividades somente via virtual e de modo que possivelmente na próxima semana pode abrir as portas. É uma situação bastante difícil.
Alguma vez viu alguma coisa assim em Los Angeles?
Não, em 22 anos de vivência, nunca vi. Houve fogos, sim, alguma destruição de algumas comunidades, inclusivamente da estrada, a auto-estrada e algumas situações de destruições em várias localidades.
Mas em Los Angeles esta creio que é mais forte que nos últimos anos já se registou. Mesmo para pessoas que têm 80, 70 anos. Estão a dizer que nunca tinham visto algo assim.
No entanto, é uma zona montanhosa. Há vales e há muito mato que não é limpo nessa região dos vales. Acha que pode ser essa uma das razões que explica o incêndio de tais dimensões?
Sobretudo, fazia referência ao vento. Infelizmente, as previsões apontam para rajadas de vento fortes nas próximas horas, o que pode vir ainda a dificultar mais a tentativa para controlar os incêndios, não é ?
Com certeza. Para quem conhece Los Angeles, sabe que há uma dificuldade grande em manter os vales e ribeiras sem palhas, o que é muito perigoso para este tipo de situação.
Entretanto, eu tive a oportunidade de, no passado, viver em Altadena, onde está neste momento a grande quantidade de fogo, nunca tinha reparado em tanto problema desta ordem. Mas é claro que...
O mato não é limpo, não é?
Não é. Nunca foi, nem as ribeiras. É muito, muito difícil controlar com as situações de mudança de clima, utimamente. E com a subida de temperatura, isso vai-se agravar cada vez mais. É necessário que as autoridades e as pessoas, sobretudo, terem em conta que todos temos de contribuir para que, de facto, a situação possa melhorar. E neste momento é uma situação bastante delicada e não creio que as autoridades vão conseguir encontrar a razão disto. Mas há algumas especulações que foi [fogo] posto. Mas isto não passa de especulações e até provar que é verdade, não sei se vamos ter alguma pista sobre o resto.
E acha que pelo facto de haver gente muito famosa, muito rica, com mansões aí na área de Los Angeles se teve maior noção da tragédia ? Porque, infelizmente, há muitos incêndios nos Estados Unidos. Este acabou por ter maior notoriedade porque houve muitas estrelas que perderam muito aí ?
Com certeza: esta área do Pacífico e, por exemplo, na estrada Sunset Boulevard, que é uma das vias mais longas de Los Angeles, que começa no centro da cidade, vai até Malibu. É onde temos as maiores mansões, as maiores pessoas ligadas à indústria da sétima arte, sobretudo, mas também músicos, etc.
E que têm casas extremamente valiosas, com muita riqueza. Isto não quero ir para este lado, mas recentemente houve várias manifestações, várias coisas. O facto de que também vamos ter em poucos dias esta mudança do governo e vamos ter novo Presidente.
Este Presidente [Donald Trump que toma posse a 20 de Janeiro] tem criado alguma dificuldade porque, pelo que sabemos, tem protegido os mais ricos. E nunca se sabe bem a razão porque este fogo começou nesta área, onde existe ou existia a maior quantidade de pessoas mais ricas da zona de Los Angeles.
Só desejo a força e coragem a todos que estão nesta situação e que isso de facto possa se resolver pacificamente e sobretudo, que acalme o vento e os bombeiros possam controlar o fogo.
Porque isto pode mesmo perturbar também a indústria do cinema, já está a perturbar em certa medida, não é?
Já está. Já está com grande perturbação, porque a maior parte dos estúdios, a maior parte dos intervenientes que trabalham na indústria, está parado.
Neste momento não há trabalho. Por exemplo, a Universal [estúdios de cinema] foi fechado porque é precisamente não muito longe da Universal onde temos maior quantidade de fogo neste momento.
E toda esta área circundante é, por exemplo, a Warner Brothers, que tem um estúdio em Burbank, que é ali mesmo ao lado da Altadena.
Então há toda esta dificuldade. A Sony, que está do outro lado, mas que tem um outro estúdio de musica em Burbank padece com esta situação. E os pequenos produtores independentes, caso, por exemplo, de alguns estúdios que fazem pós produção neste momento estão fechados ou tendem a reabrir talvez na próxima semana.
Mas toda esta situação tem prejudicado a economia da Califórnia, sobretudo Los Angeles. Mas mais importante é que isto de facto se possa resolver. E mesmo perdendo algum dinheiro, isso possa ser resolvido, recuperado mais tarde. Mas o mais importante neste momento é focalizar-se no controlo do fogo.
E enquanto isso, os políticos vão-se acusando mutuamente. O futuro Presidente tem criticado bastante o governador democrata da Califórnia em relação à gestão do incêndio ?
Exactamente. Tem muita política à volta. E tendo em conta que este Presidente é um Presidente que não acredita na ciência, não acredita muito...
Nas alterações climáticas !
Exactamente na situação da mudanças climáticas. E este governador que temos [do Estado da Califórnia], que é um governador que se tem dedicado muito à questão de mudanças climáticas. Têm sido muitas trocas, de muitas conversas [com o futuro Presidente]. E isto, de facto, não ajuda para controlar o fogo, que neste momento a situação é bastante complicada.
E falta água, não é? Falta água para o combate aos incêndios !
Falta água, falta água, porque Los Angeles nunca teve água. Los Angeles recebe água de uma outra cidade e isso tem dificultado bastante a situação.
Agora era necessário neste momento não apontar o dedo de um lado e de outro, mas isto é impossível tendo em conta a característica de cada ser humano e sobretudo, tentando tirar proveito, porque há republicanos, de uns anos para cá nunca conseguiram dar volta à governação do actual governador.
De modo que isto tem afectado muitos republicanos e isto com certeza é uma oportunidade que eles têm em concreto de dizer que falta isto, falta aquilo. Mas isto não é um problema. Creio na minha perspetiva, directamente pode haver, com certeza, algum mau funcionamento de algumas instituições do Estado de Califórnia, sobretudo da grande Los Angeles.
Mas isto não é a razão porque temos o fogo. A razão do fogo tem a ver com mudanças climáticas, isto é, aquilo em que temos de nos focalizar.
Isto é, que temos todos de nos envolver para poder ajudar a resolver esta situação, não só aqui nos Estados Unidos, mas em outras paragens, outros lugares onde já temos situações de fogo.
Por exemplo, temos bombeiros, amigos da África do Sul, temos do México, que chegaram para ajudar. Tudo isto tem mostrado que, de facto, a Califórnia e Los Angeles, em particular, têm alguma solidariedade, têm alguma cooperação com outros povos, outros bombeiros, de modo que isto tem ajudado bastante.
Mas não é suficiente, porque o trabalho teria de ser feito antes e infelizmente, isto não está sendo feito de forma que deveria ser.
E isto precisa de uma nova política, não só aqui nos Estados Unidos, mas globalmente e de modo que possa ter um ambiente mais saudável e possa, de facto, minimizar os efeitos do fogo.
Porque Los Angeles não tem chuva neste momento, que é um período de chuva. Normalmente começa em dezembro, vai até à segunda semana de março. Nós não tivemos ainda chuvas aqui. Isto vai prejudicar muito com a situação que estamos a viver neste momento.
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Na Califórnia, nos Estados Unidos, a área de Los Angeles está a ser palco de violentos incêndios que têm deixado vasto rasto de destruição e, também, mataram pelo menos 24 pessoas.
Guenny Pires é um cineasta a residir na região à qual ele acaba de regressar proveniente de Cabo Verde.
Ele relatar à RFI as imagens que tem testemunhado desde que chegou de volta a Los Angeles.
Guenny Pires, cineasta radicado na região de Los Angeles:
Durante a viagem, o avião passa pelo lado leste de Los Angeles, onde tem neste momento a maior quantidade de fogo. Mas pode-se reparar, durante a caminhada, o percurso do aeroporto para onde estou neste momento... pode-se ver várias destruições, sobretudo no lado do Pacífico.
No lado onde começou o fogo, com muitas destruições, sobretudo com pessoas muito em baixo, com situações bastante delicadas. E muita movimentação de pessoas do corpo do bombeiros e corpo de polícia a tentar fazer de tudo para apaziguar este desastre que infelizmente ainda continua. Com várias dificuldades, sobretudo por causa do vento forte que está a fazer neste momento.
Mas o número de vítimas também aumentou e, além disso, a destruição continua de uma forma incrível e esperamos que melhores momentos, melhores dias possam vir brevemente.
Como trabalho numa universidade Mount Centre Mary's University, que está no lado do Pacífico, esta universidade está fechada.
O Hollywood Studio, onde vou com mais frequência neste momento, suspendeu todas as actividades e tem actividades somente via virtual e de modo que possivelmente na próxima semana pode abrir as portas. É uma situação bastante difícil.
Alguma vez viu alguma coisa assim em Los Angeles?
Não, em 22 anos de vivência, nunca vi. Houve fogos, sim, alguma destruição de algumas comunidades, inclusivamente da estrada, a auto-estrada e algumas situações de destruições em várias localidades.
Mas em Los Angeles esta creio que é mais forte que nos últimos anos já se registou. Mesmo para pessoas que têm 80, 70 anos. Estão a dizer que nunca tinham visto algo assim.
No entanto, é uma zona montanhosa. Há vales e há muito mato que não é limpo nessa região dos vales. Acha que pode ser essa uma das razões que explica o incêndio de tais dimensões?
Sobretudo, fazia referência ao vento. Infelizmente, as previsões apontam para rajadas de vento fortes nas próximas horas, o que pode vir ainda a dificultar mais a tentativa para controlar os incêndios, não é ?
Com certeza. Para quem conhece Los Angeles, sabe que há uma dificuldade grande em manter os vales e ribeiras sem palhas, o que é muito perigoso para este tipo de situação.
Entretanto, eu tive a oportunidade de, no passado, viver em Altadena, onde está neste momento a grande quantidade de fogo, nunca tinha reparado em tanto problema desta ordem. Mas é claro que...
O mato não é limpo, não é?
Não é. Nunca foi, nem as ribeiras. É muito, muito difícil controlar com as situações de mudança de clima, utimamente. E com a subida de temperatura, isso vai-se agravar cada vez mais. É necessário que as autoridades e as pessoas, sobretudo, terem em conta que todos temos de contribuir para que, de facto, a situação possa melhorar. E neste momento é uma situação bastante delicada e não creio que as autoridades vão conseguir encontrar a razão disto. Mas há algumas especulações que foi [fogo] posto. Mas isto não passa de especulações e até provar que é verdade, não sei se vamos ter alguma pista sobre o resto.
E acha que pelo facto de haver gente muito famosa, muito rica, com mansões aí na área de Los Angeles se teve maior noção da tragédia ? Porque, infelizmente, há muitos incêndios nos Estados Unidos. Este acabou por ter maior notoriedade porque houve muitas estrelas que perderam muito aí ?
Com certeza: esta área do Pacífico e, por exemplo, na estrada Sunset Boulevard, que é uma das vias mais longas de Los Angeles, que começa no centro da cidade, vai até Malibu. É onde temos as maiores mansões, as maiores pessoas ligadas à indústria da sétima arte, sobretudo, mas também músicos, etc.
E que têm casas extremamente valiosas, com muita riqueza. Isto não quero ir para este lado, mas recentemente houve várias manifestações, várias coisas. O facto de que também vamos ter em poucos dias esta mudança do governo e vamos ter novo Presidente.
Este Presidente [Donald Trump que toma posse a 20 de Janeiro] tem criado alguma dificuldade porque, pelo que sabemos, tem protegido os mais ricos. E nunca se sabe bem a razão porque este fogo começou nesta área, onde existe ou existia a maior quantidade de pessoas mais ricas da zona de Los Angeles.
Só desejo a força e coragem a todos que estão nesta situação e que isso de facto possa se resolver pacificamente e sobretudo, que acalme o vento e os bombeiros possam controlar o fogo.
Porque isto pode mesmo perturbar também a indústria do cinema, já está a perturbar em certa medida, não é?
Já está. Já está com grande perturbação, porque a maior parte dos estúdios, a maior parte dos intervenientes que trabalham na indústria, está parado.
Neste momento não há trabalho. Por exemplo, a Universal [estúdios de cinema] foi fechado porque é precisamente não muito longe da Universal onde temos maior quantidade de fogo neste momento.
E toda esta área circundante é, por exemplo, a Warner Brothers, que tem um estúdio em Burbank, que é ali mesmo ao lado da Altadena.
Então há toda esta dificuldade. A Sony, que está do outro lado, mas que tem um outro estúdio de musica em Burbank padece com esta situação. E os pequenos produtores independentes, caso, por exemplo, de alguns estúdios que fazem pós produção neste momento estão fechados ou tendem a reabrir talvez na próxima semana.
Mas toda esta situação tem prejudicado a economia da Califórnia, sobretudo Los Angeles. Mas mais importante é que isto de facto se possa resolver. E mesmo perdendo algum dinheiro, isso possa ser resolvido, recuperado mais tarde. Mas o mais importante neste momento é focalizar-se no controlo do fogo.
E enquanto isso, os políticos vão-se acusando mutuamente. O futuro Presidente tem criticado bastante o governador democrata da Califórnia em relação à gestão do incêndio ?
Exactamente. Tem muita política à volta. E tendo em conta que este Presidente é um Presidente que não acredita na ciência, não acredita muito...
Nas alterações climáticas !
Exactamente na situação da mudanças climáticas. E este governador que temos [do Estado da Califórnia], que é um governador que se tem dedicado muito à questão de mudanças climáticas. Têm sido muitas trocas, de muitas conversas [com o futuro Presidente]. E isto, de facto, não ajuda para controlar o fogo, que neste momento a situação é bastante complicada.
E falta água, não é? Falta água para o combate aos incêndios !
Falta água, falta água, porque Los Angeles nunca teve água. Los Angeles recebe água de uma outra cidade e isso tem dificultado bastante a situação.
Agora era necessário neste momento não apontar o dedo de um lado e de outro, mas isto é impossível tendo em conta a característica de cada ser humano e sobretudo, tentando tirar proveito, porque há republicanos, de uns anos para cá nunca conseguiram dar volta à governação do actual governador.
De modo que isto tem afectado muitos republicanos e isto com certeza é uma oportunidade que eles têm em concreto de dizer que falta isto, falta aquilo. Mas isto não é um problema. Creio na minha perspetiva, directamente pode haver, com certeza, algum mau funcionamento de algumas instituições do Estado de Califórnia, sobretudo da grande Los Angeles.
Mas isto não é a razão porque temos o fogo. A razão do fogo tem a ver com mudanças climáticas, isto é, aquilo em que temos de nos focalizar.
Isto é, que temos todos de nos envolver para poder ajudar a resolver esta situação, não só aqui nos Estados Unidos, mas em outras paragens, outros lugares onde já temos situações de fogo.
Por exemplo, temos bombeiros, amigos da África do Sul, temos do México, que chegaram para ajudar. Tudo isto tem mostrado que, de facto, a Califórnia e Los Angeles, em particular, têm alguma solidariedade, têm alguma cooperação com outros povos, outros bombeiros, de modo que isto tem ajudado bastante.
Mas não é suficiente, porque o trabalho teria de ser feito antes e infelizmente, isto não está sendo feito de forma que deveria ser.
E isto precisa de uma nova política, não só aqui nos Estados Unidos, mas globalmente e de modo que possa ter um ambiente mais saudável e possa, de facto, minimizar os efeitos do fogo.
Porque Los Angeles não tem chuva neste momento, que é um período de chuva. Normalmente começa em dezembro, vai até à segunda semana de março. Nós não tivemos ainda chuvas aqui. Isto vai prejudicar muito com a situação que estamos a viver neste momento.
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