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“O cinema me deu cidadania”: Antônio Pitanga é homenageado no Festival de Cinema Brasileiro de Paris

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O já tradicional Festival de Cinema Brasileiro de Paris, dirigido por Katia Adler, começa nesta terça-feira (26). Até o dia 2 de abril, 31 filmes serão exibidos mostrando a diversidade da produção cinematográfica brasileira, de ontem e de hoje. O ator e diretor Antônio Pitanga, ícone do Cinema Novo, é o homenageado desta 26ª edição.

Antônio Pitanga desembarcou quase diretamente do Brasil nos estúdios da RFI para a entrevista sobre a homenagem do Festival de Cinema Brasileiro de Paris à sua carreira excepcional. Depois da longa viagem, o ator e diretor de 84 anos estava em excelente forma. “Durmo igual criança em avião”, garantiu, sorrindo. Nem o frio que voltou a fazer nesse início de primavera na França o incomodou. “Agora, faz quase o mesmo tempo em qualquer lugar", disse, protegido por um elegante chapéu de feltro e um blazer de lã.

Nessa homenagem especial que o Festival faz a Antônio Pitanga, seis filmes serão exibidos, entre eles “Na Boca do Mundo”, dirigido por ele em 1978; “Barravento”, o primeiro filme de Glauber Rocha e precursor do Cinema Novo, estrelado pelo ator; e “Pitanga”, documentário sobre a sua vida e obra, dirigido por Beto Brant e Camila Pitanga, filha do ator.

Antônio Pitanga é uma “lenda viva do cinema brasileiro”. Ele atuou em mais de 70 filmes desde o início dos anos 1960. Considerado um “ícone do Cinema Novo”, ele acredita que o movimento “continua influenciando de uma maneira extraordinária” a produção cinematográfica brasileira “porque o povo, o ser humano que não olha pelo retrovisor, não vê a sua memória”. O ator avalia que essa “juventude de hoje teve e tem aonde beber esta água”.

‘Negro em movimento’

O cartaz da 26ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris simboliza a carreira do ator negro. A imagem traz no centro um punho preto cerrado, envolto em um negativo de cinema. “É um cartaz bem significativo, que me tocou muito porque é toda a minha formação. A formação do povo brasileiro vem exatamente desse gesto de poder”, indica, lembrando que é baiano e que esse gesto também lembra a “figa”. “Aí está a herança da mãe África, o movimento de uma cultura genuinamente brasileira, a força do povo baiano, brasileiro, o Cinema Novo. Aí está o Brasil. Aí está o grito de liberdade”, considera.

Pitanga recorda que vem de uma família muito pobre e que o cinema lhe deu “cidadania”. Quando começou a carreira, os atores negros se contavam nos dedos. Hoje, ele vê com alegria “essa avalanche que está chegando em boa hora” de bons atores e diretores pretos.

“Eu me sinto recompensado, dizendo que tem valido a pena essa luta e essa caminhada”.

No entanto, ele sabe que essa representatividade “ainda é pouca” em um país onde os homens e mulheres pretos e pardos representam 54% da população.

O diretor e ator se define como “um preto em movimento”, mas que não pertence a nenhum tipo de movimento. “Eu vim com essa leitura de tantas posições contra a invisibilidade, contra o racismo, contra todo o tipo de preconceito. A gente quebra os grilhões, as amarras. Eu quero a liberdade, eu quero voar”, aponta.

Acompanhe o canal da RFI Brasil no WhatsApp.

Resistência

O cartaz também simboliza a resistência do cinema brasileiro e do festival parisiense, fundado por Katia Adler em 1999. Desde então, apesar de várias dificuldades, o evento tem sido realizado anualmente. “É muito importante dizer que a gente nunca parou, mesmo com pessoas ou governos querendo que a gente parasse. A cultura não vai parar. A cultura é muito forte, a arte é muito forte. Nós precisamos da arte. E aí o cartaz para mim é cinema na veia, é arte na veia, é a resistência”, afirma a diretora da associação Jangada organizadora do evento.

Este ano, 31 filmes, entre ficção, documentários e animação serão exibidos de 26 de março a 2 de abril, no cinema Arlequim, no 6° distrito de Paris. Seis longas estão na competição. “Uma belíssima seleção”, antecipa Kátia Adler, que abre espaço para muitos “jovens diretores”. A programação revela uma “presença grande da Bahia”, a “diversidade” do cinema brasileiro, tanto temática quanto de formatos, e muita música.

O festival será aberto com o documentário “Nas ondas de Dorival Caymi”, de Locca Faria, e encerrado pela cinebiografia “Meu nome é Gal”, de Dandara Ferreira e Lô Piliti, e pelo documentário “Madeleine”, sobre o maior evento cultural brasileiro de Paris, de Liliane Mutti. Kátia Adler não se impõe nenhum critério de seleção e monta a programação para trazer o público, principalmente os jovens, para a sala de cinema.

Outro objetivo é o resgate da memória. “Vamos comemorar, entre aspas, o 31 de março dizendo: ‘democracia sempre’. Apesar do Lula não querer muito falar sobre isso, eu não concordo com ele. Nós temos sim que falar do golpe que houve no Brasil e que foi péssimo para o Brasil”, aponta a diretora do festival. No domingo (31), haverá uma programação especial para lembrar os 60 anos do Golpe Militar de 1964 com a exibição, entre outros, da animação “Mataram o pianista”, de Fernando Trueba e Javier Mariscal; “A Batalha da rua Maria Antônia”, de Vera Egito, e o documentário “No Céu da Pátria nesse Instante”, de Sandra Kogut.

O festival, principal vitrine do cinema brasileiro na França, é também um momento de troca e encontros entre atores, diretores, críticos e o público parisiense. Este ano, além de Antônio Pitanga, vários convidados de prestígio marcam presença: os cineastas Murilo Benício (“Pérola”), Luiz Fernando Carvalho (“A Paixão Segundo G.H.”), Bia Lessa (“O Diabo na Rua, no Meio do Redemunho”), Marcelo Botta (“Betania”) e Christiane Jatahy (“A Falta que nos Move”); e os documentaristas Camila Pitanga, (“Pitanga”); Helio Pitanga (“Nas Ondas de Dorival Caymmi”), Liliane Mutti (“Madeleine à Paris”) e Sandra Kogut (“No Céu da Pátria Nesse Instante”).

Haverá ainda o lançamento do livro “A Nudez da Cópia Imperfeita”, do artista Wagner Schwartz e um encontro com Marcelo Freixo, presidente da Embratur.

Clique na foto principal para assistir a entrevista completa de Antônio Pitanga e da diretora do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, Katia Adler.

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Antônio Pitanga desembarcou quase diretamente do Brasil nos estúdios da RFI para a entrevista sobre a homenagem do Festival de Cinema Brasileiro de Paris à sua carreira excepcional. Depois da longa viagem, o ator e diretor de 84 anos estava em excelente forma. “Durmo igual criança em avião”, garantiu, sorrindo. Nem o frio que voltou a fazer nesse início de primavera na França o incomodou. “Agora, faz quase o mesmo tempo em qualquer lugar", disse, protegido por um elegante chapéu de feltro e um blazer de lã.

Nessa homenagem especial que o Festival faz a Antônio Pitanga, seis filmes serão exibidos, entre eles “Na Boca do Mundo”, dirigido por ele em 1978; “Barravento”, o primeiro filme de Glauber Rocha e precursor do Cinema Novo, estrelado pelo ator; e “Pitanga”, documentário sobre a sua vida e obra, dirigido por Beto Brant e Camila Pitanga, filha do ator.

Antônio Pitanga é uma “lenda viva do cinema brasileiro”. Ele atuou em mais de 70 filmes desde o início dos anos 1960. Considerado um “ícone do Cinema Novo”, ele acredita que o movimento “continua influenciando de uma maneira extraordinária” a produção cinematográfica brasileira “porque o povo, o ser humano que não olha pelo retrovisor, não vê a sua memória”. O ator avalia que essa “juventude de hoje teve e tem aonde beber esta água”.

‘Negro em movimento’

O cartaz da 26ª edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris simboliza a carreira do ator negro. A imagem traz no centro um punho preto cerrado, envolto em um negativo de cinema. “É um cartaz bem significativo, que me tocou muito porque é toda a minha formação. A formação do povo brasileiro vem exatamente desse gesto de poder”, indica, lembrando que é baiano e que esse gesto também lembra a “figa”. “Aí está a herança da mãe África, o movimento de uma cultura genuinamente brasileira, a força do povo baiano, brasileiro, o Cinema Novo. Aí está o Brasil. Aí está o grito de liberdade”, considera.

Pitanga recorda que vem de uma família muito pobre e que o cinema lhe deu “cidadania”. Quando começou a carreira, os atores negros se contavam nos dedos. Hoje, ele vê com alegria “essa avalanche que está chegando em boa hora” de bons atores e diretores pretos.

“Eu me sinto recompensado, dizendo que tem valido a pena essa luta e essa caminhada”.

No entanto, ele sabe que essa representatividade “ainda é pouca” em um país onde os homens e mulheres pretos e pardos representam 54% da população.

O diretor e ator se define como “um preto em movimento”, mas que não pertence a nenhum tipo de movimento. “Eu vim com essa leitura de tantas posições contra a invisibilidade, contra o racismo, contra todo o tipo de preconceito. A gente quebra os grilhões, as amarras. Eu quero a liberdade, eu quero voar”, aponta.

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Resistência

O cartaz também simboliza a resistência do cinema brasileiro e do festival parisiense, fundado por Katia Adler em 1999. Desde então, apesar de várias dificuldades, o evento tem sido realizado anualmente. “É muito importante dizer que a gente nunca parou, mesmo com pessoas ou governos querendo que a gente parasse. A cultura não vai parar. A cultura é muito forte, a arte é muito forte. Nós precisamos da arte. E aí o cartaz para mim é cinema na veia, é arte na veia, é a resistência”, afirma a diretora da associação Jangada organizadora do evento.

Este ano, 31 filmes, entre ficção, documentários e animação serão exibidos de 26 de março a 2 de abril, no cinema Arlequim, no 6° distrito de Paris. Seis longas estão na competição. “Uma belíssima seleção”, antecipa Kátia Adler, que abre espaço para muitos “jovens diretores”. A programação revela uma “presença grande da Bahia”, a “diversidade” do cinema brasileiro, tanto temática quanto de formatos, e muita música.

O festival será aberto com o documentário “Nas ondas de Dorival Caymi”, de Locca Faria, e encerrado pela cinebiografia “Meu nome é Gal”, de Dandara Ferreira e Lô Piliti, e pelo documentário “Madeleine”, sobre o maior evento cultural brasileiro de Paris, de Liliane Mutti. Kátia Adler não se impõe nenhum critério de seleção e monta a programação para trazer o público, principalmente os jovens, para a sala de cinema.

Outro objetivo é o resgate da memória. “Vamos comemorar, entre aspas, o 31 de março dizendo: ‘democracia sempre’. Apesar do Lula não querer muito falar sobre isso, eu não concordo com ele. Nós temos sim que falar do golpe que houve no Brasil e que foi péssimo para o Brasil”, aponta a diretora do festival. No domingo (31), haverá uma programação especial para lembrar os 60 anos do Golpe Militar de 1964 com a exibição, entre outros, da animação “Mataram o pianista”, de Fernando Trueba e Javier Mariscal; “A Batalha da rua Maria Antônia”, de Vera Egito, e o documentário “No Céu da Pátria nesse Instante”, de Sandra Kogut.

O festival, principal vitrine do cinema brasileiro na França, é também um momento de troca e encontros entre atores, diretores, críticos e o público parisiense. Este ano, além de Antônio Pitanga, vários convidados de prestígio marcam presença: os cineastas Murilo Benício (“Pérola”), Luiz Fernando Carvalho (“A Paixão Segundo G.H.”), Bia Lessa (“O Diabo na Rua, no Meio do Redemunho”), Marcelo Botta (“Betania”) e Christiane Jatahy (“A Falta que nos Move”); e os documentaristas Camila Pitanga, (“Pitanga”); Helio Pitanga (“Nas Ondas de Dorival Caymmi”), Liliane Mutti (“Madeleine à Paris”) e Sandra Kogut (“No Céu da Pátria Nesse Instante”).

Haverá ainda o lançamento do livro “A Nudez da Cópia Imperfeita”, do artista Wagner Schwartz e um encontro com Marcelo Freixo, presidente da Embratur.

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