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Novo governo Trump “será ainda mais hostil ao multilateralismo”, diz cientista político

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A volta de Donald Trump à Casa Branca nesta segunda-feira (20) representa uma ameaça ainda maior ao multilateralismo e à cooperação internacional do que durante o primeiro mandato de republicano. A opinião é do jornalista e cientista político ítalo-brasileiro Giancarlo Summa, especialista em multilateralismo e extrema direita. Ele acredita ainda que a política externa de Trump, comandada por Marco Rubio, será uma causa de instabilidade política adicional para América Latina.

Giancarlo Summa é um dos fundadores do Instituto Latino-Americano para o Multilateralismo e do projeto Mudral, Multilateralismo e a Direita Radical na América Latina. No segundo semestre de 2024, o cientista político, que prepara uma tese no CESPRA da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, coorganizou com Monica Herz o livro “Multilateralismo na Mira: a Direita Radical no Brasil e na América Latina”.

Um resumo do livro seria que a ascensão da extrema direita no mundo coloca em risco o sistema multilateral, simbolizado pelas Nações Unidas, e construído desde o final da Segunda Guerra Mundial. A obra foi editada antes da vitória e da posse de Donald Trump, mas os organizadores já se perguntavam o que aconteceria com a ONU e o multilateralismo com a volta do republicano à presidência dos Estados Unidos.

Preocupado e pessimista com os acenos de que o país voltaria a sair da Organização Mundial da Saúde, do Acordo do Clima de Paris, e a suspender o financiamento de várias agências da ONU, Giancarlo Summa acredita que “aparentemente, teremos uma administração nos Estados Unidos ainda mais hostil ao multilateralismo e a cooperação Internacional”.

Em seu primeiro governo (2017-2021), Trump tomou todas essas medidas, mas “por incrível que pareça dizer isso, ele foi mais moderado na ação concreta do que na demagogia verbal e eu receio que não será o caso agora”, avalia o cientista político.

Summa antecipa uma rejeição de “qualquer hipótese de cooperação Internacional para tentar responder às emergências globais que se multiplicaram nos últimos anos”. Ele diz que essa posição é “uma visão de mundo”, baseada “na ideia de uma soberania nacional absoluta que, no caso de uma potência econômica militar como os Estados Unidos, significa também a tentação de fazer sozinho o que eles bem entenderem”.

80 anos da ONU

Trump não é o único líder de extrema direita que contesta o multilateralismo. O livro mostra que há um caráter transnacional desses movimentos nacionais de direita radical que combatem as metas de progresso da agenda multilateral e tem uma “obsessão por destruição de direitos”.

O pior, lamenta, é que “aparentemente não há uma articulação internacional de respostas sendo preparada (...), nenhum líder global se preocupando realmente com isso”.

O jornalista ítalo-brasileiro, que trabalhou na ONU durante 15 anos, lembra que coincidentemente neste ano se comemora os 80 anos da Organização Nações Unidas, criada após a Segunda Guerra Mundial com a predominância dos Estados Unidos.

“Nesses 80 anos, o multilateralismo tem funcionado de alguma forma ao redor dos Estados Unidos. Temos que tentar imaginar como poderá ser o multilateralismo não somente sem os Estados Unidos, mas com o país trabalhando ativamente contra. É um território absolutamente desconhecido, ressalta.

Crise da democracia liberal

A volta do Trump ao poder nos Estados Unidos é mais um indício da crise da democracia liberal. De acordo com o especialista, essa crise é resultado da confusão, desde os anos 1980, entre democracia liberal e neoliberalismo, no sentido de uma “preeminência absoluta do mercado”, em detrimento dos direitos e anseios da maioria dos cidadãos.

Os ricos, os bilionários, “mandam sem nenhum limite”. Como nos Estados Unidos, onde estamos vendo “Elon Musk, o homem mais rico do mundo, que não foi eleito para nada, mas está ao lado do Trump apitando sobre uma série de questões”, constata.

Um dos caminhos para um “rearranjo global” que evitaria uma crise generalizada seria taxar os super-ricos do mundo, como propôs o Brasil durante sua presidência do G20. O dinheiro que os bilionários, as empresas multinacionais e transnacionais não pagam em impostos, “é o dinheiro que falta para que o Estado possa fazer o que deveria fazer”, explica. Summa avalia que o movimento para a implantação dessa justiça fiscal internacional está crescendo.

América Latina

Um dos cargos-chave no novo governo americano é o do secretário de Estado. Donald Trump nomeou para a pasta, que comanda a política de relações exteriores dos Estados Unidos, Marco Rubio.

Giancarlo Summa recorda que o ex-senador pela Flórida é “filho de cubanos” e tem “uma visão muito ideológica das relações internacionais. É como se ele enxergasse o mundo em preto e branco, os bons contra os maus (...) que vê comunistas em todos os lados”.

Essa visão da direita radical “muito binária em política Internacional é perigosa”, alerta o cientista político. Marco Rubio, prevê Summa, vai tentar concretizar a “visão unilateralista, muito agressiva e truculenta que o presidente vem Trump expressando. O resultado dessa política para a América Latina “será um aperto ainda mais forte sobre a Venezuela, talvez sobre Cuba, revertendo até essa medida que a administração Biden acaba de tomar, retirando Cuba da lista dos países terroristas”.

Ele prevê ainda “dificuldades em relação a governos mais abertos, mais democráticos, entre os quais o governo do Brasil, da administração do presidente Lula”. Por outro lado, Trump vai estreitar as relações com os atores da extrema direita, como o presidente Javier Milei da Argentina. O jornalista antecipa que a volta de Trump ao poder “dará um gás também na extrema direita no Chile”, que terá eleições presidenciais em novembro deste ano.

“A gestão de Marcos Rubio como secretário de Estado poderá ser uma causa de instabilidade política adicional para a América Latina”, conclui Giancarlo Summa acrescentando que, do ponto de vista econômico, a intenção de Trump de aumentar o nível de enfrentamento com a China, principal parceira econômica dos países sul-americanos, também “pode ser uma péssima notícia” para a região.

Clique na foto principal para assistir à entrevista completa de Giancarlo Summa.

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A volta de Donald Trump à Casa Branca nesta segunda-feira (20) representa uma ameaça ainda maior ao multilateralismo e à cooperação internacional do que durante o primeiro mandato de republicano. A opinião é do jornalista e cientista político ítalo-brasileiro Giancarlo Summa, especialista em multilateralismo e extrema direita. Ele acredita ainda que a política externa de Trump, comandada por Marco Rubio, será uma causa de instabilidade política adicional para América Latina.

Giancarlo Summa é um dos fundadores do Instituto Latino-Americano para o Multilateralismo e do projeto Mudral, Multilateralismo e a Direita Radical na América Latina. No segundo semestre de 2024, o cientista político, que prepara uma tese no CESPRA da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, coorganizou com Monica Herz o livro “Multilateralismo na Mira: a Direita Radical no Brasil e na América Latina”.

Um resumo do livro seria que a ascensão da extrema direita no mundo coloca em risco o sistema multilateral, simbolizado pelas Nações Unidas, e construído desde o final da Segunda Guerra Mundial. A obra foi editada antes da vitória e da posse de Donald Trump, mas os organizadores já se perguntavam o que aconteceria com a ONU e o multilateralismo com a volta do republicano à presidência dos Estados Unidos.

Preocupado e pessimista com os acenos de que o país voltaria a sair da Organização Mundial da Saúde, do Acordo do Clima de Paris, e a suspender o financiamento de várias agências da ONU, Giancarlo Summa acredita que “aparentemente, teremos uma administração nos Estados Unidos ainda mais hostil ao multilateralismo e a cooperação Internacional”.

Em seu primeiro governo (2017-2021), Trump tomou todas essas medidas, mas “por incrível que pareça dizer isso, ele foi mais moderado na ação concreta do que na demagogia verbal e eu receio que não será o caso agora”, avalia o cientista político.

Summa antecipa uma rejeição de “qualquer hipótese de cooperação Internacional para tentar responder às emergências globais que se multiplicaram nos últimos anos”. Ele diz que essa posição é “uma visão de mundo”, baseada “na ideia de uma soberania nacional absoluta que, no caso de uma potência econômica militar como os Estados Unidos, significa também a tentação de fazer sozinho o que eles bem entenderem”.

80 anos da ONU

Trump não é o único líder de extrema direita que contesta o multilateralismo. O livro mostra que há um caráter transnacional desses movimentos nacionais de direita radical que combatem as metas de progresso da agenda multilateral e tem uma “obsessão por destruição de direitos”.

O pior, lamenta, é que “aparentemente não há uma articulação internacional de respostas sendo preparada (...), nenhum líder global se preocupando realmente com isso”.

O jornalista ítalo-brasileiro, que trabalhou na ONU durante 15 anos, lembra que coincidentemente neste ano se comemora os 80 anos da Organização Nações Unidas, criada após a Segunda Guerra Mundial com a predominância dos Estados Unidos.

“Nesses 80 anos, o multilateralismo tem funcionado de alguma forma ao redor dos Estados Unidos. Temos que tentar imaginar como poderá ser o multilateralismo não somente sem os Estados Unidos, mas com o país trabalhando ativamente contra. É um território absolutamente desconhecido, ressalta.

Crise da democracia liberal

A volta do Trump ao poder nos Estados Unidos é mais um indício da crise da democracia liberal. De acordo com o especialista, essa crise é resultado da confusão, desde os anos 1980, entre democracia liberal e neoliberalismo, no sentido de uma “preeminência absoluta do mercado”, em detrimento dos direitos e anseios da maioria dos cidadãos.

Os ricos, os bilionários, “mandam sem nenhum limite”. Como nos Estados Unidos, onde estamos vendo “Elon Musk, o homem mais rico do mundo, que não foi eleito para nada, mas está ao lado do Trump apitando sobre uma série de questões”, constata.

Um dos caminhos para um “rearranjo global” que evitaria uma crise generalizada seria taxar os super-ricos do mundo, como propôs o Brasil durante sua presidência do G20. O dinheiro que os bilionários, as empresas multinacionais e transnacionais não pagam em impostos, “é o dinheiro que falta para que o Estado possa fazer o que deveria fazer”, explica. Summa avalia que o movimento para a implantação dessa justiça fiscal internacional está crescendo.

América Latina

Um dos cargos-chave no novo governo americano é o do secretário de Estado. Donald Trump nomeou para a pasta, que comanda a política de relações exteriores dos Estados Unidos, Marco Rubio.

Giancarlo Summa recorda que o ex-senador pela Flórida é “filho de cubanos” e tem “uma visão muito ideológica das relações internacionais. É como se ele enxergasse o mundo em preto e branco, os bons contra os maus (...) que vê comunistas em todos os lados”.

Essa visão da direita radical “muito binária em política Internacional é perigosa”, alerta o cientista político. Marco Rubio, prevê Summa, vai tentar concretizar a “visão unilateralista, muito agressiva e truculenta que o presidente vem Trump expressando. O resultado dessa política para a América Latina “será um aperto ainda mais forte sobre a Venezuela, talvez sobre Cuba, revertendo até essa medida que a administração Biden acaba de tomar, retirando Cuba da lista dos países terroristas”.

Ele prevê ainda “dificuldades em relação a governos mais abertos, mais democráticos, entre os quais o governo do Brasil, da administração do presidente Lula”. Por outro lado, Trump vai estreitar as relações com os atores da extrema direita, como o presidente Javier Milei da Argentina. O jornalista antecipa que a volta de Trump ao poder “dará um gás também na extrema direita no Chile”, que terá eleições presidenciais em novembro deste ano.

“A gestão de Marcos Rubio como secretário de Estado poderá ser uma causa de instabilidade política adicional para a América Latina”, conclui Giancarlo Summa acrescentando que, do ponto de vista econômico, a intenção de Trump de aumentar o nível de enfrentamento com a China, principal parceira econômica dos países sul-americanos, também “pode ser uma péssima notícia” para a região.

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