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Como é ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro? Gonçalo Borges Dias

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Ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro é uma missão que mistura dedicação, intensidade e um profundo sentido de responsabilidade.

Documentar o dia a dia de uma figura política tão relevante exige muito mais do que técnica; é necessário capturar a essência dos acontecimentos e transmitir, através das imagens, uma narrativa que comunique tanto com a população quanto com os públicos institucionais.

O trabalho de Gonçalo Borges Dias envolve acompanhar viagens, eventos diplomáticos e toda a agenda oficial, sempre para criar registos que reflitam a energia, o carisma e a seriedade da função do chefe do governo.

Cada fotografia precisa de contar uma história, respeitando as dinâmicas protocolares e, ao mesmo tempo, mantendo a espontaneidade. Só isso pode representar uma tensão no momento de fazer “aquela” fotografia que todos vemos nos canais de comunicação do governo.

Tudo é importante. O gesto, o enquadramento, o ângulo, a luz.

Tudo vale para contar a história.

A experiência acumulada no fotojornalismo mostrou-se crucial para lidar com a pressão e a velocidade do trabalho.

Ele traz para o seu dia a dia a capacidade de captar momentos que misturam a beleza da composição com o significado noticioso. No entanto, o ritmo intenso é comparado ao de uma equipa de alta competição, onde cada segundo é precioso.

Uma parte essencial deste trabalho é a comunicação com o fotografado.

Hoje Luís Montenegro. Como antes com mil pessoas noticiáveis.

Ou de fazer retratos mais cuidados e sem a pressão diária da agenda mediática-

A necessidade de criar um ambiente de conforto e confiança é constante, especialmente com uma figura que está sempre sob os holofotes. O objetivo é capturar o melhor lado da pessoa, não apenas em termos estéticos, mas também emocionais e humanos.

Aprendi que a luz desempenha um papel central na fotografia. Cada tipo de iluminação é pensado para criar imagens que sejam coerentes com o momento e causadoras de impacto para quem as observa. Seja usando luz pontual para destacar o protagonista ou matricial para capturar o todo, a atenção aos detalhes é uma constante.

Outro aspeto interessante do trabalho é a narrativa visual. A intenção é construir um registo documental que tenha princípio, meio e fim. Mesmo com as limitações impostas pelos protocolos, há uma busca por retratar não apenas o lado político, mas também o humano. As imagens visam mostrar o Primeiro-Ministro não apenas como uma figura de estado, mas também como pessoa.

Este tipo de fotografia tem os seus desafios únicos, principalmente quando comparada ao fotojornalismo tradicional. O trabalho requer um olhar crítico constante para criar imagens que sirvam tanto ao registo histórico quanto à comunicação política. Há uma preocupação em equilibrar o lado estético com o significado político e institucional de cada imagem. Não é jornalismo, é comunicação institucional.

O papel do fotógrafo oficial é também um trabalho de equipa. A sintonia com os assessores de comunicação, protocolo e outros profissionais é fundamental para garantir que cada momento seja capturado com qualidade e alinhado à narrativa pretendida.

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Transcrição automatica

00:00:00:00 – 00:00:44:20

Ora, vivam. Bem vindos ao Pergunta simples o vosso caso sobre comunicação. Imaginem que vossa vida, nos próximos meses ou anos, será como sombra em todos os passos do Primeiro-Ministro. Neste caso, sombra e luz, principalmente luz. Apresento vos Gonçalo Borges Dias, fotógrafo profissional e agora fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro Luís Montenegro. Vai a todo lado. Está sempre lá e oferece nos a história ao ritmo de um click da sua máquina fotográfica.

00:00:44:22 – 00:00:57:06

Em todo lugar, a todo o momento.

00:00:57:08 – 00:01:23:02

Ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro é uma missão que mistura dedicação, intensidade e um profundo sentido de responsabilidade. Documentar o dia a dia de uma figura política tão relevante como o Primeiro-Ministro exige muito mais do que técnica. É necessário capturar a essência dos acontecimentos e transmitir através das imagens uma narrativa, uma história que comunique tanto com a população em geral como com públicos mais institucionais.

00:01:23:04 – 00:01:52:20

O trabalho de Gonçalo Borges Dias envolve acompanhar viagens, eventos diplomáticos e toda a agenda oficial do Primeiro-Ministro, sempre com o objectivo de criar registos que reflitam a energia, o carisma e a seriedade da função do chefe de Governo. Cada fotografia precisa de contar uma história, respeitando as dinâmicas protocolares e, ao mesmo tempo, mantendo a espontaniedade. Só isso pode representar uma tensão no momento de fazer aquela fotografia que todos vemos nos canais de comunicação do governo.

00:01:53:01 – 00:02:14:21

Tudo é importante. O gesto, o enquadramento, o ângulo, a luz, tudo vale para contar uma boa história. A experiência acumulada do fotojornalismo mostrou se crucial para lidar com a pressão e com a velocidade do trabalho. Ele traz para o seu dia a dia a capacidade de captar momentos que misturam a beleza da composição com o significado noticioso narrativo.

00:02:14:23 – 00:02:43:13

No entanto, o ritmo intenso é comparado ao de uma equipa de alta competição, onde cada segundo é precioso. Uma parte essencial desse trabalho é a comunicação com o fotografado. Neste caso, Luís Montenegro. Como antes, 1000 pessoas noticiadas ou a fazer retratos mais cuidados e sem a pressão diária da agenda mediática. A necessidade de criar um ambiente de conforto e de confiança é constante, especialmente com uma figura que está sempre sob os holofotes.

00:02:43:19 – 00:03:10:11

O objetivo é capturar o melhor lado da pessoa, não apenas em termos estéticos, mas também emocionais e humanos. Aprendi nesta edição que a luz desempenha um papel central na fotografia. Cada tipo de iluminação é pensado para criar imagens que sejam coerentes com o momento e cria um impacto a quem as observa. Seja usando a luz pontual para destacar um protagonista ou matricial mais larga para capturar o todo.

00:03:10:12 – 00:03:38:11

Atenção aos detalhes. Tudo é uma constante no dia a dia de um fotógrafo profissional. Outro aspecto interessante do trabalho é a narrativa visual. A intenção é construir um registo documental fotográfico que tenha princípio, meio e fim. Mesmo com as limitações impostas pelo protocolo, há uma busca por retratar não apenas o lado político, mas também o lado humano. As imagens têm como objetivo mostrar o Primeiro-Ministro não apenas como figura de Estado, mas também como pessoa.

00:03:38:13 – 00:04:07:11

Este tipo de fotografia institucional tem desafios únicos, principalmente quando comparada com o fotojornalismo tradicional. O trabalho requer um olhar crítico constante para criar imagens que sirvam tanto o registo histórico quanto a comunicação política. Há uma preocupação em equilibrar o lado estético com o significado político em sinal de cada imagem e, portanto, não é jornalismo, é comunicação institucional e comunicação política.

00:04:07:13 – 00:04:32:22

Viva Gonçalo Borges Dias, fotojornalista. Atualmente, não consideraria que as fotos não fossem da profissão, mas a decoração continuava a ter aqui 100% nos anos 60 e 100 hard core. O que é que define um fotógrafo? Um fotojornalista de um photo retratista? O que é que O que? Onde é que? Onde está o tempero desta cozinha? O que é?

00:04:32:24 – 00:05:01:14

O que é que os distingue, não é? Ora bem, o fotojornalista trabalha ao segundo. Não é em cima do acontecimento. Na fotografia, é o de cariz noticioso. Não interromper o curso natural dos acontecimentos, Estar sempre em cima da acção é pensar sempre, na minha opinião, que é essa a beleza, arte e notícia. Juntar as duas coisas e fixar um momento da realidade e ser testemunha profissional sem interferir nela, sem fim.

00:05:01:15 – 00:05:25:08

No curso natural dos acontecimentos, sem ferir, mas conseguir aliar arte, compor, embelezar, não dar, como se diz na teoria da perceção da forma. Não dar tudo ao observador, Deixar de viajar um pouco, dar notícia, mas criar arte ao mesmo tempo. Compor, desenhar, criar texturas, gráficos de luz, conseguir criar arte ao mesmo tempo criando o ser no veículo mensageiro da notícia.

00:05:25:10 – 00:05:54:15

É aquela fotografia que nós vemos no jornal ou numa revista que não nos diz tudo, mas conta nos a história toda apenas naquele boneco. Eu seria mentiroso, dissesse que isso costuma acontecer porque é o nosso desejo. Essa é a nossa grande meta. É uma fotografia conseguir ter os cinco dedos de uma mão e termos muito o carro que eu quando ando, porque é forma e o quer dizer, é muito difícil, mas tentamos ao máximo rechear a fotografia com todas as perguntas e questões.

00:05:54:16 – 00:06:22:15

E é difícil. Porquê? Porque? Porque o que é que exige o como é que se consegue essa fotografia perfeita? A fotografia perfeita? Não, não é não. Não é a fotografia que não é, que nós achamos perfeita ou a nossa freguesia favorita. É sempre que fazemos jazz que não existe. Estamos sempre na demanda, na busca da fotografia perfeita. Mas a verdade é que o elemento de é difícil, eu acho difícil.

00:06:22:17 – 00:06:45:10

Eu acho que só quando eu perder o prazer verdadeiro de fotografar é que se calhar já tenho a minha fotografia eleita, porque até à data de hoje tenho fotografias que gosto muitíssimo e que me marcam de forma mais racional e mais emocional. Mas a fotografia com tudo, com todos os cantos, com todos os os, os requintes de malvadez e todas as perfeições, é difícil de escolher e de chegar lá.

00:06:45:10 – 00:07:04:05

Acho que é sempre o dia. Qual é a tua foto perfeita? Quais são as que mais gostas das que tu fizeste? Eu aí vou ter que fugir ao jornalismo e ir para a facção do falecido fotógrafo puro e duro, que também sabes que é um termo que eu não acho. Acho que um pouco, um pouco um pouco leviano, chamado fotografia de rua.

00:07:04:07 – 00:07:26:24

Fotografia A fotografia passa se na rua, é quase depreciativo. Não se fala de rua que se passe na rua, da composição da imagem na rua, no meio da dinâmica do caos urbano. Criar uma composição que tenha harmonia, que tenha e que tenha uma leitura gráfica interessante, com ritmo, com dinamismo. Mas seria uma filosofia de rua perfeita, que envolva texturas de roupas, carros com as mesmas cores, prédios com as mesmas cores.

00:07:27:01 – 00:07:49:09

Há que fazer uma leitura de volumes diferentes, tudo com as mesmas tonalidades, em que há uma harmonia, uma composição, quase quase que uma orquestra e com isso preparas. Sim, podes fazer uma espécie de consulta do terreno, perceber um pouco a dinâmica de pessoas, do tipo de pessoa, tipo de. O tipo de roupa é um pouco mais difícil, mas é um tipo especial que se calhar passa mais em algumas zonas.

00:07:49:14 – 00:08:08:19

Perceber a forma como se vestem, como se movem, como se come, de como interagem e perceber os tons e as texturas dos edifícios, das fachadas, dos carros, o tipo de carro que tu querias ali, uma mesa, a cena que certamente vais congelar e quando congelados consegues criar uma espécie de orquestra e diz que é espetacular. E lá está a história.

00:08:08:19 – 00:08:31:06

E eu quero voltar, obviamente, a falar das fotos dessa beleza estética, dessa história, dessa narrativa. Mas dá se o caso de tu, um fotojornalista, acabares agora, neste momento, por ser o fotógrafo oficial do primeiro ministro. Como é que isto aconteceu? E como é que isto aconteceu? Mas isso aconteceu. É um convite como qualquer outro convite. É um convite.

00:08:31:08 – 00:08:51:02

Encosta na parede e convida nos. E nós temos duas hipóteses dizemos que sim, devemos criar uma intervenção. Eu Não é um convite puro, perfeito. E é uma honra enorme. O que é que tu pensaste? Eu primeiro pensei em dizer que não, porque precisas estar numa espécie de harmonia de cabeça e corpo para entrar nesta pressão sentido missão. Mas não é.

00:08:51:07 – 00:09:14:04

É de fotografar um problema, é uma missão, é um trabalho quase militar. Portanto, tu basicamente acompanhas o primeiro nisto. Como em tudo. Como é que o teu dia a dia, meu dia a dia, é um dia de agenda que quem que vou para a residência oficial do Primeiro-Ministro, como tenho o meu espaço, o meu gabinete onde saio com muita frequência para a agenda toda, desde o Senhor Primeiro-Ministro que é calma como nós temos chama.

00:09:14:05 – 00:09:40:04

Não é uma agenda de milhas e quilómetros, quilómetros e quilómetros. Voamos muito, andamos muitíssimo de carro. É uma entrada e sim, de carro. Discursos, interações, reuniões e que eu, no meu caso, retratar e documentar tudo o melhor que possa e depois ir comendo e com melhor energia que seja possível passar para as pessoas, porque realmente é uma pessoa que tem uma energia e tem um carisma muito interessante.

00:09:40:04 – 00:10:04:07

É uma pessoa muito divertida, muito bem disposta, mas como qualquer ser humano, não é um robô, não é? E fica. Está cansado e fica cansado e temos que tirar partido. O melhor, o melhor lado dessa pessoa que é que é uma pessoa, que é um cão, um executor. Não para, não é um grande atleta, no fundo, porque é um grande atleta e aquilo é a alta competição, não é aquilo é alta competição e seleção mesmo.

00:10:04:07 – 00:10:24:11

E aquilo é cansativo, é muito fácil, é quase que está. Como se quer dizer, manager tem essa, essa experiência de fazer uma campanha eleitoral que é uma loucura, uma lufa lufa e estar nesse ritmo em permanência. E isso é exatamente isso que eu tenho. É um ritmo, não é o ano todo para estamos. Nós temos nove meses de governo, mas de 100.

00:10:24:11 – 00:10:49:15

E houve meses que parece que estamos literalmente em campanha. Não no sentido de linguagem, de mensagem de Primeiro-Ministro, mas no sentido de trabalho, de físico, de ritmo. É impressionante. Olha como é que tu te preparas, porque no fundo tu tens a missão de contar em imagens a história. É quase o diário de bordo do Primeiro-Ministro Come nome. Não te preparas.

00:10:49:17 – 00:11:13:24

Não, não preparo. Acho que a bagagem, a escola do jornalismo, permite que beber um bocadinho do espaço e trabalhar de acordo com o que acontece. E não, não há uma plasticidade, não há um não. Não é um trabalho artificial. Diria que tem um toque menos natural quando eu só me preocupo em apanhar a melhor imagem dele, como é óbvio.

00:11:14:02 – 00:11:38:12

Como é que se faz esperar? Eu imagino em jornalismo, por exemplo, no hemiciclo, na Assembleia, não em dez minutos, discurso ou ritmo de mãos e de corpo permite diverso. Tem linguagens diversas e leituras diversas, não é? Porque nós sabemos que numa notícia nós podemos usar uma mão na cabeça, mamas, esfregar a testa a ver água, a transpirar, a pôr as mãos na cara.

00:11:38:15 – 00:11:59:19

Estou preocupado, estou angustiado. Ou seja, tudo uma coisa. Jornalismo tem uma leitura que, por norma e nós sabemos o que vamos dizer, tem sempre um sentido às vezes mais carregado, mais mordaz, mais crítico, mais crítico, às vezes até um pouco pejorativo. E aqui e aqui há uma dimensão que eu vejo, a que me interessa e me agrada. Às vezes não serve para nada porque não uso fotográfico.

00:11:59:19 – 00:12:28:16

Não é uma situação às vezes possa ser caricata, quiçá divertida. Poderá ser divertida, mas ficará guardada no meu arquivo, não é? E portanto, acho que as fotos tuas rir. Tu fotografas o momento e depois vais editar aquela situação. Transfiro pum, pum, pum, pum, sistema interno do gabinete que depois depois distribui para os canais desnecessários. Lá está os facebooks desta vida, os estrangeiros e os os organismos internos do governo, o que for preciso interno.

00:12:28:16 – 00:12:52:14

Como é que se conta a história do primeiro em imagens? E como é que eu posso isto? Eu tento criar um trabalho documental, que tenha uma narrativa, que tenha um princípio, meio e fim. Só que há uma coisa que não é, não é taxativo, não é a letra, não é a letra é eu posso querer começar a ouvir nessa semana em que quer apanhá lo a ler no gabinete ou ao telefone.

00:12:52:16 – 00:13:11:21

Mas depois há obviamente a retrações em que a porta não está aberta e eu não posso entrar agora. Tenho que esperar. Para já não há tempo que vamos para um trabalho, Então temos a agenda. Quando a porta está aberta não perdes, não, não entro. Eu peço desculpa. Peço a uma das secretárias um ministro, mas mas a tudo há todo um trabalho de protocolo, uma regra.

00:13:11:22 – 00:13:41:03

Mas isso não te dá cabo ou dá do da espontaneidade, daquela coisa de espreitar no gabinete. Talvez com o tempo, com o tempo, acredito que com o tempo, a liberdade dentro de portas seja diferente. Eu estou a pensar, por exemplo, o fotógrafo do do Obama, o Pinto de Sousa. Isso é outra conversa. E não é você, Mitterrand. Não me refiro à qualidade fotográfica, que ele tem um talento imenso e boa, um talento que tem muitos.

00:13:41:09 – 00:14:05:19

E é bom porque sabe fotografar, tem um ótimo gosto, tem uma história enorme em termos de composição de imagem e é um. É um compositor, só que acima de tudo, é uma coisa que é inegável. Não é a imagem que é a Sala oval, imagem que é o presidente dos Estados Unidos, a imagem que é a Casa Branca, os jardins da Casa Branca, os gabinetes, a interacção com pessoas famosas.

00:14:05:21 – 00:14:22:22

A imagem, por si só, já é uma imagem que se torna forte. Isso não é positivo, mas ela é fantástico. Tanto há uma iconografia e com certeza, e é um imaginário que nós temos e portanto isto tem muita força quando eu sei apanhar. E com todo o respeito e gosto muito da minha casa, que eu sou muito, muito português e tenho tem.

00:14:22:23 – 00:14:45:02

Sinto me erradíssimo de trabalhar com o nosso Primeiro-Ministro, mas apanhar o seu primeiro ministro na janela que é o nosso primeiro ministro é muito valor aqui ser mais em falar para fora. Quem é que vai, quem é que vai dar e ninguém conhece, não conhece? Agora apanhámos na janela o Obama a folhear com uma pasta e transferimos para qualquer canto do mundo qualquer pessoa conhece aquilo.

00:14:45:08 – 00:15:11:18

Essa é a questão. Tem muita força, tem muita força. É inegavelmente um homem com talento. É um homem pitosga, tem muitos anos disto. Criou uma agência maravilhosa, trabalha incrivelmente e depois, nos anos é o traquejo, o talento. Com o passar dos anos, cada vez está mais apurado e é um homem que tem um talento e tecnologias icónicas lindas de morrer e é uma referência para nós todos, portugueses, fotógrafos, fotojornalistas, tours.

00:15:11:20 – 00:15:35:01

O que que O que é que gostas dele? Na minha sensação de leigo que eu gosto dele é que ele consegue ir ao âmago da pessoa e consegue ter o homem, o político e o pai e o desportista e o consegue ter. E o presidente fica às vezes em que mais? Há uma? Sim, há ali um aglomerar, uma aglutinação de um ser humano que vai dar ao presidente.

00:15:35:03 – 00:16:02:13

E é a minha tentativa e que todos nós, que tínhamos um papel e queremos perpetuar no tempo que vamos. Documentário Eu tenho vontade de mostrar o Senhor Primeiro-Ministro nas Vertentes, o quase pai que ainda não tive oportunidade, mas marido, quando tem oferta de que esteja com sua esposa, sua mulher, com Dra. Carla, que é simpatiquíssimo. O lado do desportista que ainda não tenho ainda, mas vou ter, certamente que é um homem que adora desporto.

00:16:02:15 – 00:16:28:11

Já o apanhei em momentos mais, mais, mais descontraídos e é muito bom ter o lado do homem, não só o lado político. Há narrativas diferentes na maneira como como está. Eu acho que ele é uma pessoa muito transparente, muito e muito usada. Mas a maneira como eu te como eu te dou a minha imagem para o dia a dia, se eu tiver com os meus amigos em caminha a conversar é completamente diferente.

00:16:28:13 – 00:16:48:23

Estiver de jeans e camisa, a comer uma picanha, ser diferente, estar à mesa numa sala de protocolo de estado, fato e gravata. A sacralização dá cabo desta coisa toda. Mas faz parte. Tem que ser um protocolo. Existe alguma, Tem que existir, tem que haver regras, há coisas, tem que haver. E essas regras que nos permitem que haja uma margem fotográfica mais reduzida.

00:16:49:03 – 00:17:08:02

Mas isso é que eu desafio. O meu maior desafio e isso não ser fácil, pois se fosse fácil eu não queria estar aqui. Qual é a autonomia que tu que tu tens? Porque há uma parte que é a parte criativa? O que é que tu apanhas? Mas depois essa narrativa é incorporada, obviamente, na comunicação política. Por maioria de razão.

00:17:08:04 – 00:17:33:08

No que é que é o gabinete de comunicação? Naquilo que, no fundo, a tua foto serve para dar base e construção a uma ideia política ou eu vou decidir uma coisa? Então eu tenho. Quero ter uma fotografia do Primeiro-Ministro com ar de decisão ou eu estou mais preocupado com aquela coisa? Então eu proponho me para esta sempre ser que existe lá com 100% vincado, como é natural.

00:17:33:10 – 00:17:55:05

Claro que tudo tem uma mensagem, tudo tem uma linguagem, seja em que país, forças em que cimeira, a organização, reunião internacional, seja o que for. Temos que ter. Temos de ter imagens que façam sentido e que representem aquilo que está a acontecer, não é? Como é que tu constrói as coisas? Dou um exemplo europeu que usamos muito junto a Bruxelas.

00:17:55:07 – 00:18:19:18

Temos primeiro ministro onde as pessoas vêm sorrisos e conversa e conversa e conversa amena, boa disposição, boa energia, com quem? Com todos os diversos grandes altas entidades que conhecemos, em amena cavaqueira, como se diz na gíria. E de repente, a imagem que o capitão, em vez de apanhar um momento sorridente de trocas e de contacto físico e de sorriso que é uma preocupação, uma imagem bem mais pesada.

00:18:19:20 – 00:18:40:16

Não, não. Mas, por exemplo, a seguir apanho junto à cadeira de Portugal antes de sentar e apanho sozinho, sem ninguém ao pé. A essa leitura que estou a apanhar. O sentar rodeado de pessoas, de amigos e chefe de Estado que está sozinho, não é má. Uma má leitura jornalística também não tem que ver. Eu sobre mim. Está sozinho.

00:18:40:18 – 00:19:03:13

Claro, eu tenho que pensar nisso. Se bem que fique assim, não deixa de ser bonito esteticamente, ficar sozinho, olhar para cima com uma luz pontual, bonita. Eu posso fazê la, mas fica para mim o que é uma luz pontual. Nós temos luz dos ponderada luz matricial e os pontos de luz Pontual, mas pontual. É uma luz em que o centro, o centro, o centro de luz, está mais focado no protagonista, o resto está mais escurecido.

00:19:03:15 – 00:19:34:05

Temos a luz medida, mas o ponto não é ok. Temos um foco de luz. No fundo, estou num palco. Não é a luz pontual. Em teoria, é a luz que vai ao ponto. É incrível porque temos uma luz mais focada no assunto para convergir o olhar e ser. Sempre estamos mais focados naquela ação. Não, não divergimos. Não, nós não nos referimos o correcto todo da imagem para termos de ponderar que é mais, se é mais centro, pois temos o matricial que é mais no global eh na missão e a luz é absolutamente crítica para aquilo que aflige a luz que sinto.

00:19:34:05 – 00:19:49:14

A luz abraça e eu envolve tudo. Que tudo o que seja textura, volume ao ser humano, a luz e a luz é que gera a luz. Acredito. Só temos corpo, temos luz. Não é só a cor, só a gamas de cores, só um espectro de cor que as explosões que o verde são a ver, porque é porque a luz não.

00:19:49:14 – 00:20:08:00

Mas isso não depende de a luz está lá ou não está A luz não depende de mim que conseguir fazer um retrato coerente do que está realmente a acontecer. O que eu estou a ver, porque eu posso neste momento adulterar completamente o espaço que está aqui. Eu não me refiro em pós produção por erro ou manipulação direta na câmara.

00:20:08:02 – 00:20:29:02

E não, não é um retrato fiel e coerente do que estou a ver. E esse é uma premissa muito importante no meu trabalho. Gonçalo Mel Porque muita gente não tem essa premissa. Eu tenho a sobre mim. Para mim a cor. Para já sou aquele clássico preto e branco. A cor não existe no preto e branco. Na minha cabeça não existe, não existe, Existe, mas preto e branco.

00:20:29:04 – 00:20:50:10

E eu sou muito crítico nestas coisas. Daí a parte que quando feiticeiro não esotérico, muito. És um tecnicista. Em primeiro lugar, eu sou, eu sou muito, Eu sou muito. Eu sou muito fiel ao que vejo. Eu sou muito fiel ao que nós temos que retratar o que vemos na realidade. Tem que haver uma honestidade, tem que ver a luz, se a cor é aquela e aquela cor, se a luz é aquela e aquela luz, nós temos que fazer isso.

00:20:50:12 – 00:21:13:12

E isso para mim é que é a beleza da fotografia. Fotografia retratar o que eu vejo, não retratar aquilo que não está a acontecer é o é A cor tem essa capacidade, o espectro é a gama de tons que existe no espectro eletromagnético visível no espectro visível. A gama de tons é tão grande, a gama tonal é tão grande que permite uma riqueza de expressão, de volume, de leitura dinâmica, de ritmo, de linguagem que o preto e branco não permite.

00:21:13:12 – 00:21:49:10

Apesar do preto e branco ter o preto, branco e a gama de cinzentos que é uma gama gigantesca. Olha lá, é o verde para ti é igual ao verde para mim é porque eu quando vejo as fotos dos grandes fotógrafos o que digo é raio. Este e estas cores deste deste fotógrafo eram bastante diferentes daquelas que aquilo que eu vi que estiveram lá no mesmo sítio, pronto, isso é outra e outra conversa que é a grande fotógrafos da nossa praça que carregam ali, numa escala de cores um bocadinho, que fogem ao neutro ou zero, que pintam aquilo que pintam e que carregam em alguns tons, gostam de uma dominante mais fria ou mais quente.

00:21:49:12 – 00:22:21:08

Gostam? No todo, podemos criar imagens mais quentes ou mais frias e as próprias câmaras por base? E os filmes? Antigamente, nos meus rolos 135, tínhamos as gamas em que o Kodak no Fuji ou no anos Villefort havia de nos Kodak, sobretudo os cromos Mortara e os noivos, os Velvia e os e os pró vida de Fuji e os OS por trás da Kodak eram muito porta 160 e os 60 eram filmes muito coerentes, com tudo muito perfeito, muito, muito perfeito.

00:22:21:08 – 00:22:45:09

Com quente luz, um quente quase com o neutro. E consegues fazer isso no digital, Com certeza. Sim. E as próprias Fuji? Estas, estas bridges, estas, estas sem objectivo interno estável, têm programas exactamente para simular os os filmes todos e que são imagens que nos que nos dão prazer. Falamos do foco focar, não focar. O fotógrafo nisso vai à procura do momento.

00:22:45:09 – 00:23:08:04

Às vezes o grande momento e a foto até nem está perfeitamente focada na composição. Não sei se isto dá cabo dos nervos porque o foco é ficas doido com isso quando a coisa não está acesa. Qualquer fotógrafo que se preze, quando falha o foco e filma é uma dor. Com certeza. A composição é o que permite que a diagonal da nossa imagem tenha uma leitura coerente e harmoniosa.

00:23:08:04 – 00:23:27:14

Não é isso. É ser e ser sempre a demanda do Santo Graal. Acho que estamos mais para para quem não pode. Temos um retângulo, um retângulo tem uma diagonal. Nós, ocidentais, vamos da esquerda para a direita. Logo à partida, a fotografia tem uma composição. Essa composição tem que ter elementos, compor uma fotografia e retirar informação indesejada, não é?

00:23:27:17 – 00:23:52:23

É que compor o enquadramento, o quadro primeiro, as teorias de imagem que colocaram aqui dentro, O que é que eu lá ponho? O que é que eu quer que faça sentido? Eu estando neste momento, nesta sala contigo, o que é que eu quero que o José Correia seja identificável? Faço um primeiro plano a pensar em ti. Não é a tua cara no leve, no LCD e acaba se com um plano que eu meti com a mão na cara ou pelo microfone, ou espero e apanho em passar uma pessoa que saiu da região e que passa aqui em desfoque.

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Faça um tempo de exposição mais prolongado para apanhar em fantasma a pessoa arrastada para não tirar a nitidez que estás em terceiro plano e faço ligação de leve para a pessoa passar e tu aí ao microfone. Toda esta composição tem. Um domínio do comum que é levar ao observador o que eu quero convergir pontos, divergir pontos, baralhar lo, concentrá lo.

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Eu é que decido o que é que o observador vai usar. Isso faz isso imediatamente antes de clicar no botão, antes de fazer um click. Gostava de dizer que sempre é assim, mas não é Às vezes que nos focamos mais no imediato, imediato. Vamos a um exemplo para o vinil Sai do carro, cumprimenta uma pessoa, estamos num sítio que tem uma luz e que tem que ter um segundo plano.

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Background muito interessante. Faz o que podes, faça o que posso. Basicamente vou focar em ter o recorte, nitidez e boa cor e boa luz no aperto de mão. Essa cara está para o sítio certo, se afasta para a luz. Se o convidado ou a pessoa quer filtrando o espaço, está a recebê lo com uma pose minimamente decente. Mas o meu foco é tipo quando chego lá.

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O meu foco obviamente que é o primeiro. Claro que em quem é engraçado, nós falamos agora de composição, falamos de luz, de cor e outra coisa é o ponto de vista, a maneira como, porque é que fotografas aqui não se faz de claro, porque é que fotografas de cima para baixo, de baixo para cima, Como é que enfim, tu tem uma lei, Tu tem, tu tem uma leitura, tu tem uma leitura, por vezes mais mais alto, com mais altivez, por vezes um bocadinho mais pejorativa e por vezes um bocadinho mais diminuída.

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É bom fotografar pessoas que está de cima para baixo, tem uma leitura de baixo para cima, tem outra diferente, a ideia mais grandiosa. Daí é mais na inferioridade. Sim, Depois tens mais neutralidade. Tu tem uma leitura, tu tem uma leitura, o centro do nosso olhar, tem uma leitura específica. A linguagem, para quem está a observar os observadores, tem sempre um sentido crítico muito ou muito feroz, não é?

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Nem sempre é aquela coisa do lado bom e o lado mau que fique melhor para a esquerda, melhor para direita a todos. Assim, todos nós temos um lado melhor. A sério. Sim, todos temos um lado que não somos simétricos, não somos a desgraça, não somos. E esse é o ponto que o ministro vai lá espreitar na Câmara. Vai dentro, desse lado não deixa lá espreitar a ver se fica bem.

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Não quer nunca que gere uma trabalheira a melhor o primeiro ministro, porque na área que eu tenho não num problema de nada não comentar assim momentos um bocadinho mais descontraídos no hotel, quando chegamos a um sítio, descansamos e nos sentamos um pouco assim. Uma conversa, às vezes um cadinho mais leve, até sobre o meu trabalho é sempre fotografia nos telemóveis.

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Mas não, o primeiro ministro nunca fica muito, muito incomodado ou curioso. Será que fiquei bem? Não. Pode até falar isso, mas comigo nunca falou, não é? Olha, normalmente quando não, não sei como faz pela moda, também fizesse umas coisas na moda. Essa relação entre quem está a fotografar e o retratado, a comunicação, a importância dessa comunicação, desse fundamental.

00:26:47:13 – 00:27:08:11

Eu em miúdo fiz umas coisinhas de moda enquanto no atelier mesmo e então e depois tive a fase toda do DN, fazíamos reportagens. Três dias de moda Lisboa durante anos. O que é que aprendeste nesse tempo? Aprendi nada de especial. Era um miúdo parvos com a mania que. Eu também tive. E o que é que eu percebi para perceber exactamente isso?

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Na altura de uma boa imagem Perante o que a gente já conhece podcaster de eventos? Somos, mas também temos vida e portanto, dá para ver a tua imagem. O eu tinha e eu tinha uma necessidade. Eu era muito introvertido, a sério, muito, muito, muito incrivelmente introvertido e achava que não e mostrava aos outros. Mas eu era superado, envergonhado E então estar à frente de uma câmara a ouvir uma data de direções, um fotografia por cima que muito não vou dizer o nome, acho que era muito agressivo.

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Tinha era muito agressivo, tinha muitos palavrões, mas usava isso para nos pôr à vontade. Era do Norte, não era de Lisboa. Não interessa. Não, não, não, não, não me. Não ia perguntar. Mas é isso. Respondeu à tua pergunta. Acho que estavas nos bonecos agora no fim. Ou não gostava de algo, não gostava de mim, mas estava lá uns e.

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E quando eu passei por outro lado, para trás da câmara. Já era uma pessoa com muita vontade e percebi que a linguagem é absolutamente fundamental. A comunicação é fundamental, é fundamental. É e era exactamente. Muitos colegas meus e amigos na nossa área, da minha área específica, dizem que o meu core mesmo é o retrato. É isso que eu gosto de fazer.

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Gosto muito, mas não é o que eu mais gosto. Mas dizem que aquilo que eu sou realmente o melhor é fazer retrato, porque tenho essa capacidade de bloquear pessoas difíceis. E acho que tem porque as pessoas fecham se quando quando seja muito difícil surfar. É invasivo. No primeiro ai não gosto e eu não gosto da sua imagem e eu não estou habituado a ter uma boa fotografia onde são pessoas demasiado sérias em termos profissionais e cargos e não é da uma muito pouco tempo.

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Não querem ser o seu boneco, não estão tão bem no seu casulo, na sua bolha. E não é. Esse é o meu corpo mesmo. Então como é que faz isso? Como é que se desbloqueia? Alguém desbloqueia? Isto é muito feio. O que eu vou dizer. Não estou a pensar bem como é que eu vou dizer com como estamos a falar de pessoas e da maneira quiseres e eu estou me um bocadinho a borrifar para o que a pessoa vai achar de tudo sacralizada.

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Essa ideia hoje em dia não no cargo em que estou em questão, mas no passado, nas entrevistas para revista e jornal. Tens que ter lata, tens que arriscar e isso não é garantido. Eu fiz em dois automóveis, fiz a minha primeira posição em handicap de número 124 e é uma escola incrível, comercial, uma escola de trato incrível, mas não incrível.

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Uma escola incrível e não é garantido, não é garantido. É um artista que lhe diz que não olhe, vou ficar ali, cara ali, encostado e se calhar encostar se, pôr se para trás, quiçá deitar se no chão para uma ou dois anos. Então, pronto, encostou se e é sempre a ganha terreno. Tem que ser, tem que ser. É uma negociação, claro.

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É uma aula, é uma permuta. Porque, no fundo, qual é o chavão maior ajuda marginal, lá isso é uma boa tática, uma ajuda. Afinal, tu passaste na venda do ano, mas então ajudo me ajudando. Quando fotografo, ajudo mais. Se você me ajudar, vai ficar bem isto. Mas não, não é tudo. Mas olha lá, mas uma coisa e tu vais fotografar alguém que esteticamente é bonito, seja lá o que isso for, mas convencer se é mais simples e mais fácil ou não.

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Ou tu preferes? E depois lá estava aquela velha frase como a mim diz aquela modelo é muito bonita, mas é um bocadinho insensata. Aquela modelo não é tão bonita, mas tem imenso sex appeal. Isto é mesmo real. A mulher às vezes nem os homens, mas eu falo mais de mulheres. Neste caso, em termos retrato é ser miúdo, é o meu crescimento.

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Uma rapariga muito bonita não tem que ser nem por sombras. É mais fácil e mais interessante no na tomada de vistas, na fotografia tirada. Não é? Não tem que ser. A linguagem é a comunicação. As pessoas crescem e com esta ideia agigantam se. No momento da fotografia há pessoas que se transformam completamente, têm um carisma especial, especialíssimo. E tu consegues ver isto logo?

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Não, não, não, não, não. Eu não sou nenhuma. Pessoas que aceitam o teu jogo, que aceitam e os deixam ir e confiam na conversa. Às vezes é muito importante não ter logo a câmera na cara. É muito importante. Não acordar um bocadinho antes. Sabemos sobre pessoas difíceis, tentar conquistá las um pouco. É muito importante ver o que é que elas têm para dizer.

00:31:12:12 – 00:31:27:06

Isto é muito. É muito romântico. O que eu estou a dizer é muito, é muito bonito. Mas estando num jornal, ou numa agência, ou numa revista e depois vais ficar só distraído não sei de quê, ele tem dois minutos para ti, não dá para andar para namorá lo, não dá para encantá lo lá para aquele sítio. Mas já é para estudos.

00:31:27:06 – 00:31:51:16

Eu vou esta janela interessante. Este quadro pode ser de um exercício de sedução, sim, mas isto, isso é levar para o campo. É saudável para os que são banana, porque eu já? Porque eu ia fazer outra pergunta a seguir, que é são mais fáceis de fotografar os homens ou as mulheres de poder? Por exemplo, eu estava a pensar porque duas fotografas, três mulheres.

00:31:51:18 – 00:32:06:17

O professor Marcelo não fica zangado comigo porque o homem mais importante do país, que é o Primeiro-Ministro, ele é quem tem a capacidade de visão da nossa vida. Lamento, mas era a maioria do Parlamento tomar as decisões. Ele é a pessoa mais importante do país e.

00:32:06:19 – 00:32:28:03

Uma coisa tu estás a estorvar e provavelmente eu não o conheço, mas imagino que as suas preocupações estéticas estejam muito abaixo das suas preocupações políticas de mobilização de pensamento. E estava a pensar, se calhar, um preconceito profundamente sexista que é se for uma mulher, se calhar também. Depois até um julgamento social que nós temos. Como é que são o cabelo, Como é que são as sobrancelhas?

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A maquiagem está perfeita. Há uns bons pés de galinha no ar. Eu gostava de me lembrar com quem conversei para uma dois dias e peço desculpa que vai me ouvir. Certamente que não me lembro, mas falámos exatamente disso que eu costumo falar, que é uma primeira ministra. Vai ser falada na semana mais facilmente pelos seus vestidos, pela repetição, pela cor, pelos claros de campo.

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Um homem usando dois fatos sobre três um azul escuro e dois cinzentos. Varia a gravata, mas é a cor da camisa. Isso não é tão alarmante assim. Uma mulher certeza não é. A questão não é um preconceito, não é uma forma de eu ver. Mas sei que na sociedade, uma senhora que vista o mesmo vestido, se calhar duas ou três vezes na mesma semana, que horror!

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Não vai ser uma coisa esquisita. Enquanto que um homem não está pode vestir o seu fato azul claro. Vai, o julgamento vai ser diferente. Mas voltando à pergunta inicial. Eu acho que será mais fácil se ele for uma senhora. Porque a senhora por si só, já tem uma preocupação estética maior que um homem e fica melhor nas frases.

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Mas isso sou eu, que tem uma proteção maior. Portanto, ao ter essa preocupação, maior a sua rotação sobre o seu próprio eixo na luz, no espaço, a sugestão de espaço estará mais. Mas sei lá, mais preparada, mais habituada. Mas fico com mais noção de quais são os seus lados, quais são os seus volumes, os seus, os seus movimentos.

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Que sejam mais positivos e que é autor, Conhece que conhece melhor, na sua forma mais comercial, pessoa as suas que são realmente muito simples. Há pessoas que são mesmo muito simples. Eu acho que o nosso Primeiro-Ministro é uma pessoa muito terra a terra. Muito, muito simples. Não é uma pessoa que tem aquele ar altivo nem muito vaidoso. É uma pessoa normal, que gosta de estar convivendo com boa apresentação, nem que fosse só pelo facto de ser a primeira vez.

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Mas não é uma pessoa que se cuida, que tem o seu sentido de estética e preocupação, mas não é uma coisa levada ao limite. É muito normal uma pessoa normal. Olha como é que a vossa comunicação visual olha nos olhos. É muito divertida, é muito boa, é muito boa, é muito boa e muito boa. Como é que eu estou me a repetir?

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Mas é isso, Não sei o que quer dizer mais. Acontece mais no estrangeiro do que em Portugal. No estrangeiro e mais importante que eu, lembro me e custou, não é? Às vezes, em palanques, em espaço muito longo, existem lá dezenas de pessoas, 70 fotografias de jeito que eu faço contato visual com chato, 80, 90, 120 chefes de Estado, chefes de governo, secretários de Estado.

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Há muita gente em muitos espaços diferentes no mundo e é muito importante que eu saiba onde é que estou e quando me veem ou quando trocamos de olhar. É interessante perceber que ali ok, já apanhei, que já tive e portanto vou te dar uma fotografia. Vou com não é votar uma fotografia, mas sei que estás cá porque é óbvio, imaginando que ele não percebe que eu lá estou.

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Pode ir direto ao espaço dele e não vai interagir ou vai interagir só com quem esteja ali. E é uma imagem mais neutra. Provavelmente não é preparar a plasticidade de imagem nem de artificialidade. Estamos a dizer que o sentir que eu estou é aquele olhar de olha, está ali um velho conhecido. Também não é isso. Mas é ter noção que trabalhamos em equipa, um trabalho de equipa, tudo um trabalho de equipa e saber que estou cá e aí e lá está.

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E essa é isso, é essa troca de olhares, essa causa, essa ligação de permite também para ti que é o ser humano. Mas aí está o gosto de exercer. E agora, na cerimónia de trasladação do José Maria Eça de Queiroz no Panteão Nacional, há ali momentos em que aquilo já está mais exaustivo. É fácil levar as coisas p um lado é espetacular e a Lua faz lá, está lá quando se pode, Claro, quando o espaço ajuda, tudo ajuda e faz.

00:36:16:20 – 00:36:38:01

Agora, por exemplo, na primeira linha sentada, o Presidente da República, o primeiro ministro e presidente da Assembleia da República, com ar de que estava no óbvio, porque seu lema sus mor é pesado e difícil. No momento certo que estão a ler, estão, têm coisas para folhear e vão ouvindo os discursos e os e os e os vídeos e as músicas e tudo o que acontece naquele espetáculo musical.

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Cerimónia que esta sim, sempre com a sensação de que estas cerimónias no geral e não é só esta, mas posso. São longas filas de emergência que estão em falta um coreógrafo ali. Mas uma coisa esse cansaço visual em que temos que conseguir desmontá lo não é porque há esse cansaço, essa esse semblante mais pesado do cansaço, Porque houve uma pessoa que chega lá em 20 minutos, está fresca, está com o ar há 03h00 a 03h00 cara, muda para todos, não muda para o mundo, para todos.

00:37:06:15 – 00:37:27:12

E às vezes ainda fica. Mas voltando à questão, é interessante quando cruzamos o olhar mais uma vez depois de algum desgaste e há um sorriso, há uma ligação no nosso espaço que é piscar o olho. Temos cá uma despressurização. Estamos cá, vamos e estamos juntos. Bora! E é muito bom e sabe me bem. Olha o que é esta é a tua vida de agora.

00:37:27:12 – 00:38:04:02

Mas eu encontrei te antes disto através de um teu camarada fotógrafo, um ser com quem tu desenvolver, um projecto que é um projecto para fotografar a vida. Na realidade, fotografar pessoas é um convite que depois acaba num livro. Foste à procura de quem? É muito simples a minha resposta. No final fui à procura do convívio. O objetivo foi retratar eram diários em confinamento, perspetiva a perspetiva de profissionais, O que é que conseguem narrar e documentar em com enclausura em confinamento?

00:38:04:04 – 00:38:29:12

Isso é uma desafio para toda a gente. Fica o desafio. Miguel Eu já estava a fazer um retrato bocadinho mórbido e tétrico. Estava a retratar a minha mãe doente, com quem tem uma neoplasia com cancro que que acabou porque correu muito bem durante, mas depois infelizmente ficou boa. É que foi uma recidiva e foi muito rápido. E foi muito rápido porque quiseste documentar também que tinha que se comentar.

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Não tenho resposta. Querias ficar com quem queria ficar e lá estava assim que vi que é uma coisa que não é tão pouco tétrica. Porque não deixa o lado jornalística falar, porque não é o juiz, é o lado fotógrafo documental. Tinha que documentar e não, não num lado carregado e triste, porque não? Não fiz, Acho que não fiz.

00:38:49:23 – 00:39:11:01

Mas claro que temos uma mãe que está sem cabelo, temos uma mãe que está a tomar medicação, que está na cama, que está tapada, está sem cabelo. A tua mãe que agora eu queria ficar com aquilo que queria ficar com aquilo e até certo ponto correu muito bem porque quis colocá la no livro. Como é que ela reagiu quando lhe propuseram ou não lhe dissesse nada e fosse fazendo muito?

00:39:11:01 – 00:39:36:00

Vai reagiu muito a ver junto e riu junto. E foi à exposição e foi exposição. E depois fomos à parte da ajuda, à apresentação do livro e infelizmente o desfecho não era o que o que nós esperávamos, porque era tudo muito bem. Portanto o livro faria sentido tudo neste momento e não fazia sentido. Mas eu notei a perspetiva que eu que eu imaginei O que é que tu viste?

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Como é que tu retratasse? Tu viste a comida? O inesperado, o incógnito, o oculto? Tudo, tudo o que seja de interrogação. Não sabíamos nada, não sabíamos nada. Não sabíamos nada. Sabíamos que precisávamos de distanciamento. Isto era. Era morno, quase que bastava respirar. Quase apanhava se, via pessoas, Estava a morrer em catadupa face aos hospitais. O não eu para o livro Não sei não.

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Eu fiz rua, fiz praias, fiz hipermercados e farmácias, mas fiz. Sobretudo fiz talvez 70%. Nenhuma. Retratos? Retratos? O quê? Das coisas que tu retratos? A contenção. Essa distorção traduz muito aquela parte sígnica dos objetos, aquela parte da simbologia da imagem fotográfica, parte a parte de os objetos todos que têm uma leitura sígnica não têm muito uma linguagem, têm tem um sentido pontual de cada coisa.

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Apanhar os pelos os os pinos florescentes, as fitas adesivas a bloquear espaço, jardins, espaços recreativos para crianças, tudo o que fosse confinado. Os homens, todos sul, todos os mascarados. Aqui os fatos, os fatos de proteção. Era. Foi uma coisa que tornou se banal. Mas aquele primeiro impacto de ver homens todos de branco, com máscaras, descrevê los exatamente aquilo foi uma imagem muito asiática que nós não tínhamos esta noção que íamos viver com isto diariamente.

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E foi e é. Ser objetivo era criar um documento que ficasse perpetuado no tempo, que mostrasse exatamente o que algumas pessoas não podiam ver, porque não podiam ser caso nós podíamos e nem todos os meios podíamos. Tínhamos carteira de jornalista, tínhamos agenda e eu não tinha. Eu não tinha agenda porque não estava. Eu estava numa agência na altura que não fazia, não fazia jornalismo de genérico generalizado, fazia jornalismo técnico específico, fazia parte muito médica, HIV, oncologia.

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Tinha uma parte da advocacia, portanto, não estava. Mas estava sem trabalho. Recebia, mas estava sem trabalho. Era uma fase que essa entidade patronal foi incrível. Pagava me imenso tempo. E, portanto, eu retratava no fundo a minha mãe. O convite foi e foi o que foi para toda a gente. Foi um dia de cada vez. Aprendemos um bocadinho mais sobre algo que não sabíamos nada e que achávamos que era o tal.

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Para todos que seguiam tal, possivelmente com tal qual é a fotografia que ainda te falta fazer?

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Ou que te apetece? Turva. Um. Ateísmo Professar. Eu sou muito católico. Tu és o Papa. Já fotografei, mas sempre com muitas regras e condições. O actual Papa Francisco gostava de fotografar com mais à vontade. Gostava muito de apanhar um momento mais descontraído, gostava muito de apanhar o Benfica campeão europeu Ganhar, diz sempre que nos liga. Acho que o Papa é mais fácil, mas eu também não sei.

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Também gostava muito de você. Eu gosto muito de Eu não tenho eu para não me desiludir, não crio, não crio grandes metas nessa não. Sabe porque Já fiz muita coisa que gosto muito, mas mesmo assim gostava de apanhar um. Gostava muito apanhar o Benfica campeão europeu, ir ao estádio fotografar bola. Então faz anos e apanhar o ser campeão europeu.

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Gostava muitíssimo. Gosto muito de ténis, gostava muito de apanhar um português numa final de um Grand Slam e fotografá lo porque eu gosto muitíssimo de desporto. Sou um praticante agora provisionado, mas muitos anos a jogar e muitos anos a jogar ténis e andar de skate. E o Miguel Lopes foi meu grande colega de rua de skate, de longboard.

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Fizemos muito, muito ativa e muito para ser descrito. É, mas não tem. Ela está e é cada vez fazer mais trabalho de ensaios, de ensaios específicos que eu crie temáticas na rua, que me venham, que cheguem ideias do nada para rua ou criar temas específicos de futuro que me dê um prazer gigante criar temáticas. Uma altura que tive uma fezada gigante.

00:43:43:22 – 00:44:20:19

Estava obstinado com fazer relatos por Portugal inteiro, relatos noturnos com os leds das comidas sim, enfim, um mundo assim. America nada. Engordaste mais 100 quilos. Não, não, não, não Quero então fazer algo para não fazer. Mas era um foco gigante, uma paixão minha. Aquilo que acho que diriam porque fiz duas e felizes. Uma em Carcavelos, que era o barquinho a levar a pescar e depois aquele ambiente mais pesado, a noite de rulote com o asfalto que andava a filmar, mais carregado com as luzes dos médios dos carros por ser uma coisa muito americana, anos 70 anos 80 e eu fiquei me pelo país todo, Dava para fazer uma coisa muito gira, portanto, estávamos sempre surgindo

00:44:20:19 – 00:44:41:16

ideias. Vou escrevendo e vou me calando. Não me calei algumas e fiz mal porque chegaram se à frente muitas pessoas em trabalhos, mas eles não têm nada menos possível. Gostam de futebol adorável. Enfim, por ir tratar isso, não tenho aquela loucura da guerra. Nunca tive. Não, não é o gosto muito hardcore, nem os gosto de fazer coisas com impacto.

00:44:41:16 – 00:45:01:05

Já fiz algumas que estava a fazer, muitas que nunca fiz, mas a idade vai passando e não é por uma questão física que acho que espero estar capaz ainda muitos bons anos, mas a guerra obriga a treino e um espírito também não é o espírito. Acho que até tinha, mas depois vem a parte do da galinha, da família, de gostar, estar perto de todos.

00:45:01:07 – 00:45:31:06

Isso tira me. Mas eu sempre fui uma pessoa muito, muito virada para a confusão. Até dizem que sou meio com parafusos a -1 bocadinho. Olha, para fecharmos, quem é que tem as fotos da família? Estou ou em ou na família de gente? Está lá certo que quem tira aqui as fotos somos nós e tu apareces como boneco. Nos telemóveis, neste momento isso é democrático e fazemos na horizontal ou baixo ou na vertical, mas sempre porque com a malta nova, tatuada ou baixa ou alta, não é porque a família se me grande, cantamos juntos e tem que caber.

00:45:31:06 – 00:45:51:11

Todos estamos juntos. Somos pelo -14, 15, 18, 20. Somos muitos, portanto não dá para fazer no vertical. Nem sempre o baixo tem que ser sempre no horizontal, seja o Primeiro-Ministro, seja o Papa ou o Benfica. O que é incomum na fotografia é que ela nos mostra um prisma diferente. As grandes fotografias carregam em si toda a narrativa do momento e contexto em que foram tiradas.

00:45:51:13 – 00:46:19:09

Há o que vemos e aquilo que julgamos, viram, interpretamos. Há o dito e o não dito. Nas fotografias saltamos a barreira do narrador. Será que afinal, o principal sonho de um fotógrafo é ser o homem invisível entre nós e aquele que está a ser fotografado? Até para a semana?

00:46:19:11 – 00:46:38:19

Tem.

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Ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro é uma missão que mistura dedicação, intensidade e um profundo sentido de responsabilidade.

Documentar o dia a dia de uma figura política tão relevante exige muito mais do que técnica; é necessário capturar a essência dos acontecimentos e transmitir, através das imagens, uma narrativa que comunique tanto com a população quanto com os públicos institucionais.

O trabalho de Gonçalo Borges Dias envolve acompanhar viagens, eventos diplomáticos e toda a agenda oficial, sempre para criar registos que reflitam a energia, o carisma e a seriedade da função do chefe do governo.

Cada fotografia precisa de contar uma história, respeitando as dinâmicas protocolares e, ao mesmo tempo, mantendo a espontaneidade. Só isso pode representar uma tensão no momento de fazer “aquela” fotografia que todos vemos nos canais de comunicação do governo.

Tudo é importante. O gesto, o enquadramento, o ângulo, a luz.

Tudo vale para contar a história.

A experiência acumulada no fotojornalismo mostrou-se crucial para lidar com a pressão e a velocidade do trabalho.

Ele traz para o seu dia a dia a capacidade de captar momentos que misturam a beleza da composição com o significado noticioso. No entanto, o ritmo intenso é comparado ao de uma equipa de alta competição, onde cada segundo é precioso.

Uma parte essencial deste trabalho é a comunicação com o fotografado.

Hoje Luís Montenegro. Como antes com mil pessoas noticiáveis.

Ou de fazer retratos mais cuidados e sem a pressão diária da agenda mediática-

A necessidade de criar um ambiente de conforto e confiança é constante, especialmente com uma figura que está sempre sob os holofotes. O objetivo é capturar o melhor lado da pessoa, não apenas em termos estéticos, mas também emocionais e humanos.

Aprendi que a luz desempenha um papel central na fotografia. Cada tipo de iluminação é pensado para criar imagens que sejam coerentes com o momento e causadoras de impacto para quem as observa. Seja usando luz pontual para destacar o protagonista ou matricial para capturar o todo, a atenção aos detalhes é uma constante.

Outro aspeto interessante do trabalho é a narrativa visual. A intenção é construir um registo documental que tenha princípio, meio e fim. Mesmo com as limitações impostas pelos protocolos, há uma busca por retratar não apenas o lado político, mas também o humano. As imagens visam mostrar o Primeiro-Ministro não apenas como uma figura de estado, mas também como pessoa.

Este tipo de fotografia tem os seus desafios únicos, principalmente quando comparada ao fotojornalismo tradicional. O trabalho requer um olhar crítico constante para criar imagens que sirvam tanto ao registo histórico quanto à comunicação política. Há uma preocupação em equilibrar o lado estético com o significado político e institucional de cada imagem. Não é jornalismo, é comunicação institucional.

O papel do fotógrafo oficial é também um trabalho de equipa. A sintonia com os assessores de comunicação, protocolo e outros profissionais é fundamental para garantir que cada momento seja capturado com qualidade e alinhado à narrativa pretendida.

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Ora, vivam. Bem vindos ao Pergunta simples o vosso caso sobre comunicação. Imaginem que vossa vida, nos próximos meses ou anos, será como sombra em todos os passos do Primeiro-Ministro. Neste caso, sombra e luz, principalmente luz. Apresento vos Gonçalo Borges Dias, fotógrafo profissional e agora fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro Luís Montenegro. Vai a todo lado. Está sempre lá e oferece nos a história ao ritmo de um click da sua máquina fotográfica.

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Em todo lugar, a todo o momento.

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Ser o fotógrafo oficial do Primeiro-Ministro é uma missão que mistura dedicação, intensidade e um profundo sentido de responsabilidade. Documentar o dia a dia de uma figura política tão relevante como o Primeiro-Ministro exige muito mais do que técnica. É necessário capturar a essência dos acontecimentos e transmitir através das imagens uma narrativa, uma história que comunique tanto com a população em geral como com públicos mais institucionais.

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O trabalho de Gonçalo Borges Dias envolve acompanhar viagens, eventos diplomáticos e toda a agenda oficial do Primeiro-Ministro, sempre com o objectivo de criar registos que reflitam a energia, o carisma e a seriedade da função do chefe de Governo. Cada fotografia precisa de contar uma história, respeitando as dinâmicas protocolares e, ao mesmo tempo, mantendo a espontaniedade. Só isso pode representar uma tensão no momento de fazer aquela fotografia que todos vemos nos canais de comunicação do governo.

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Tudo é importante. O gesto, o enquadramento, o ângulo, a luz, tudo vale para contar uma boa história. A experiência acumulada do fotojornalismo mostrou se crucial para lidar com a pressão e com a velocidade do trabalho. Ele traz para o seu dia a dia a capacidade de captar momentos que misturam a beleza da composição com o significado noticioso narrativo.

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No entanto, o ritmo intenso é comparado ao de uma equipa de alta competição, onde cada segundo é precioso. Uma parte essencial desse trabalho é a comunicação com o fotografado. Neste caso, Luís Montenegro. Como antes, 1000 pessoas noticiadas ou a fazer retratos mais cuidados e sem a pressão diária da agenda mediática. A necessidade de criar um ambiente de conforto e de confiança é constante, especialmente com uma figura que está sempre sob os holofotes.

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O objetivo é capturar o melhor lado da pessoa, não apenas em termos estéticos, mas também emocionais e humanos. Aprendi nesta edição que a luz desempenha um papel central na fotografia. Cada tipo de iluminação é pensado para criar imagens que sejam coerentes com o momento e cria um impacto a quem as observa. Seja usando a luz pontual para destacar um protagonista ou matricial mais larga para capturar o todo.

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Atenção aos detalhes. Tudo é uma constante no dia a dia de um fotógrafo profissional. Outro aspecto interessante do trabalho é a narrativa visual. A intenção é construir um registo documental fotográfico que tenha princípio, meio e fim. Mesmo com as limitações impostas pelo protocolo, há uma busca por retratar não apenas o lado político, mas também o lado humano. As imagens têm como objetivo mostrar o Primeiro-Ministro não apenas como figura de Estado, mas também como pessoa.

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Este tipo de fotografia institucional tem desafios únicos, principalmente quando comparada com o fotojornalismo tradicional. O trabalho requer um olhar crítico constante para criar imagens que sirvam tanto o registo histórico quanto a comunicação política. Há uma preocupação em equilibrar o lado estético com o significado político em sinal de cada imagem e, portanto, não é jornalismo, é comunicação institucional e comunicação política.

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Viva Gonçalo Borges Dias, fotojornalista. Atualmente, não consideraria que as fotos não fossem da profissão, mas a decoração continuava a ter aqui 100% nos anos 60 e 100 hard core. O que é que define um fotógrafo? Um fotojornalista de um photo retratista? O que é que O que? Onde é que? Onde está o tempero desta cozinha? O que é?

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O que é que os distingue, não é? Ora bem, o fotojornalista trabalha ao segundo. Não é em cima do acontecimento. Na fotografia, é o de cariz noticioso. Não interromper o curso natural dos acontecimentos, Estar sempre em cima da acção é pensar sempre, na minha opinião, que é essa a beleza, arte e notícia. Juntar as duas coisas e fixar um momento da realidade e ser testemunha profissional sem interferir nela, sem fim.

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No curso natural dos acontecimentos, sem ferir, mas conseguir aliar arte, compor, embelezar, não dar, como se diz na teoria da perceção da forma. Não dar tudo ao observador, Deixar de viajar um pouco, dar notícia, mas criar arte ao mesmo tempo. Compor, desenhar, criar texturas, gráficos de luz, conseguir criar arte ao mesmo tempo criando o ser no veículo mensageiro da notícia.

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É aquela fotografia que nós vemos no jornal ou numa revista que não nos diz tudo, mas conta nos a história toda apenas naquele boneco. Eu seria mentiroso, dissesse que isso costuma acontecer porque é o nosso desejo. Essa é a nossa grande meta. É uma fotografia conseguir ter os cinco dedos de uma mão e termos muito o carro que eu quando ando, porque é forma e o quer dizer, é muito difícil, mas tentamos ao máximo rechear a fotografia com todas as perguntas e questões.

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E é difícil. Porquê? Porque? Porque o que é que exige o como é que se consegue essa fotografia perfeita? A fotografia perfeita? Não, não é não. Não é a fotografia que não é, que nós achamos perfeita ou a nossa freguesia favorita. É sempre que fazemos jazz que não existe. Estamos sempre na demanda, na busca da fotografia perfeita. Mas a verdade é que o elemento de é difícil, eu acho difícil.

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Eu acho que só quando eu perder o prazer verdadeiro de fotografar é que se calhar já tenho a minha fotografia eleita, porque até à data de hoje tenho fotografias que gosto muitíssimo e que me marcam de forma mais racional e mais emocional. Mas a fotografia com tudo, com todos os cantos, com todos os os, os requintes de malvadez e todas as perfeições, é difícil de escolher e de chegar lá.

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Acho que é sempre o dia. Qual é a tua foto perfeita? Quais são as que mais gostas das que tu fizeste? Eu aí vou ter que fugir ao jornalismo e ir para a facção do falecido fotógrafo puro e duro, que também sabes que é um termo que eu não acho. Acho que um pouco, um pouco um pouco leviano, chamado fotografia de rua.

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Fotografia A fotografia passa se na rua, é quase depreciativo. Não se fala de rua que se passe na rua, da composição da imagem na rua, no meio da dinâmica do caos urbano. Criar uma composição que tenha harmonia, que tenha e que tenha uma leitura gráfica interessante, com ritmo, com dinamismo. Mas seria uma filosofia de rua perfeita, que envolva texturas de roupas, carros com as mesmas cores, prédios com as mesmas cores.

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Há que fazer uma leitura de volumes diferentes, tudo com as mesmas tonalidades, em que há uma harmonia, uma composição, quase quase que uma orquestra e com isso preparas. Sim, podes fazer uma espécie de consulta do terreno, perceber um pouco a dinâmica de pessoas, do tipo de pessoa, tipo de. O tipo de roupa é um pouco mais difícil, mas é um tipo especial que se calhar passa mais em algumas zonas.

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Perceber a forma como se vestem, como se movem, como se come, de como interagem e perceber os tons e as texturas dos edifícios, das fachadas, dos carros, o tipo de carro que tu querias ali, uma mesa, a cena que certamente vais congelar e quando congelados consegues criar uma espécie de orquestra e diz que é espetacular. E lá está a história.

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E eu quero voltar, obviamente, a falar das fotos dessa beleza estética, dessa história, dessa narrativa. Mas dá se o caso de tu, um fotojornalista, acabares agora, neste momento, por ser o fotógrafo oficial do primeiro ministro. Como é que isto aconteceu? E como é que isto aconteceu? Mas isso aconteceu. É um convite como qualquer outro convite. É um convite.

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Encosta na parede e convida nos. E nós temos duas hipóteses dizemos que sim, devemos criar uma intervenção. Eu Não é um convite puro, perfeito. E é uma honra enorme. O que é que tu pensaste? Eu primeiro pensei em dizer que não, porque precisas estar numa espécie de harmonia de cabeça e corpo para entrar nesta pressão sentido missão. Mas não é.

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É de fotografar um problema, é uma missão, é um trabalho quase militar. Portanto, tu basicamente acompanhas o primeiro nisto. Como em tudo. Como é que o teu dia a dia, meu dia a dia, é um dia de agenda que quem que vou para a residência oficial do Primeiro-Ministro, como tenho o meu espaço, o meu gabinete onde saio com muita frequência para a agenda toda, desde o Senhor Primeiro-Ministro que é calma como nós temos chama.

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Não é uma agenda de milhas e quilómetros, quilómetros e quilómetros. Voamos muito, andamos muitíssimo de carro. É uma entrada e sim, de carro. Discursos, interações, reuniões e que eu, no meu caso, retratar e documentar tudo o melhor que possa e depois ir comendo e com melhor energia que seja possível passar para as pessoas, porque realmente é uma pessoa que tem uma energia e tem um carisma muito interessante.

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É uma pessoa muito divertida, muito bem disposta, mas como qualquer ser humano, não é um robô, não é? E fica. Está cansado e fica cansado e temos que tirar partido. O melhor, o melhor lado dessa pessoa que é que é uma pessoa, que é um cão, um executor. Não para, não é um grande atleta, no fundo, porque é um grande atleta e aquilo é a alta competição, não é aquilo é alta competição e seleção mesmo.

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E aquilo é cansativo, é muito fácil, é quase que está. Como se quer dizer, manager tem essa, essa experiência de fazer uma campanha eleitoral que é uma loucura, uma lufa lufa e estar nesse ritmo em permanência. E isso é exatamente isso que eu tenho. É um ritmo, não é o ano todo para estamos. Nós temos nove meses de governo, mas de 100.

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E houve meses que parece que estamos literalmente em campanha. Não no sentido de linguagem, de mensagem de Primeiro-Ministro, mas no sentido de trabalho, de físico, de ritmo. É impressionante. Olha como é que tu te preparas, porque no fundo tu tens a missão de contar em imagens a história. É quase o diário de bordo do Primeiro-Ministro Come nome. Não te preparas.

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Não, não preparo. Acho que a bagagem, a escola do jornalismo, permite que beber um bocadinho do espaço e trabalhar de acordo com o que acontece. E não, não há uma plasticidade, não há um não. Não é um trabalho artificial. Diria que tem um toque menos natural quando eu só me preocupo em apanhar a melhor imagem dele, como é óbvio.

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Como é que se faz esperar? Eu imagino em jornalismo, por exemplo, no hemiciclo, na Assembleia, não em dez minutos, discurso ou ritmo de mãos e de corpo permite diverso. Tem linguagens diversas e leituras diversas, não é? Porque nós sabemos que numa notícia nós podemos usar uma mão na cabeça, mamas, esfregar a testa a ver água, a transpirar, a pôr as mãos na cara.

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Estou preocupado, estou angustiado. Ou seja, tudo uma coisa. Jornalismo tem uma leitura que, por norma e nós sabemos o que vamos dizer, tem sempre um sentido às vezes mais carregado, mais mordaz, mais crítico, mais crítico, às vezes até um pouco pejorativo. E aqui e aqui há uma dimensão que eu vejo, a que me interessa e me agrada. Às vezes não serve para nada porque não uso fotográfico.

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Não é uma situação às vezes possa ser caricata, quiçá divertida. Poderá ser divertida, mas ficará guardada no meu arquivo, não é? E portanto, acho que as fotos tuas rir. Tu fotografas o momento e depois vais editar aquela situação. Transfiro pum, pum, pum, pum, sistema interno do gabinete que depois depois distribui para os canais desnecessários. Lá está os facebooks desta vida, os estrangeiros e os os organismos internos do governo, o que for preciso interno.

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Como é que se conta a história do primeiro em imagens? E como é que eu posso isto? Eu tento criar um trabalho documental, que tenha uma narrativa, que tenha um princípio, meio e fim. Só que há uma coisa que não é, não é taxativo, não é a letra, não é a letra é eu posso querer começar a ouvir nessa semana em que quer apanhá lo a ler no gabinete ou ao telefone.

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Mas depois há obviamente a retrações em que a porta não está aberta e eu não posso entrar agora. Tenho que esperar. Para já não há tempo que vamos para um trabalho, Então temos a agenda. Quando a porta está aberta não perdes, não, não entro. Eu peço desculpa. Peço a uma das secretárias um ministro, mas mas a tudo há todo um trabalho de protocolo, uma regra.

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Mas isso não te dá cabo ou dá do da espontaneidade, daquela coisa de espreitar no gabinete. Talvez com o tempo, com o tempo, acredito que com o tempo, a liberdade dentro de portas seja diferente. Eu estou a pensar, por exemplo, o fotógrafo do do Obama, o Pinto de Sousa. Isso é outra conversa. E não é você, Mitterrand. Não me refiro à qualidade fotográfica, que ele tem um talento imenso e boa, um talento que tem muitos.

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E é bom porque sabe fotografar, tem um ótimo gosto, tem uma história enorme em termos de composição de imagem e é um. É um compositor, só que acima de tudo, é uma coisa que é inegável. Não é a imagem que é a Sala oval, imagem que é o presidente dos Estados Unidos, a imagem que é a Casa Branca, os jardins da Casa Branca, os gabinetes, a interacção com pessoas famosas.

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A imagem, por si só, já é uma imagem que se torna forte. Isso não é positivo, mas ela é fantástico. Tanto há uma iconografia e com certeza, e é um imaginário que nós temos e portanto isto tem muita força quando eu sei apanhar. E com todo o respeito e gosto muito da minha casa, que eu sou muito, muito português e tenho tem.

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Sinto me erradíssimo de trabalhar com o nosso Primeiro-Ministro, mas apanhar o seu primeiro ministro na janela que é o nosso primeiro ministro é muito valor aqui ser mais em falar para fora. Quem é que vai, quem é que vai dar e ninguém conhece, não conhece? Agora apanhámos na janela o Obama a folhear com uma pasta e transferimos para qualquer canto do mundo qualquer pessoa conhece aquilo.

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Essa é a questão. Tem muita força, tem muita força. É inegavelmente um homem com talento. É um homem pitosga, tem muitos anos disto. Criou uma agência maravilhosa, trabalha incrivelmente e depois, nos anos é o traquejo, o talento. Com o passar dos anos, cada vez está mais apurado e é um homem que tem um talento e tecnologias icónicas lindas de morrer e é uma referência para nós todos, portugueses, fotógrafos, fotojornalistas, tours.

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O que que O que é que gostas dele? Na minha sensação de leigo que eu gosto dele é que ele consegue ir ao âmago da pessoa e consegue ter o homem, o político e o pai e o desportista e o consegue ter. E o presidente fica às vezes em que mais? Há uma? Sim, há ali um aglomerar, uma aglutinação de um ser humano que vai dar ao presidente.

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E é a minha tentativa e que todos nós, que tínhamos um papel e queremos perpetuar no tempo que vamos. Documentário Eu tenho vontade de mostrar o Senhor Primeiro-Ministro nas Vertentes, o quase pai que ainda não tive oportunidade, mas marido, quando tem oferta de que esteja com sua esposa, sua mulher, com Dra. Carla, que é simpatiquíssimo. O lado do desportista que ainda não tenho ainda, mas vou ter, certamente que é um homem que adora desporto.

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Já o apanhei em momentos mais, mais, mais descontraídos e é muito bom ter o lado do homem, não só o lado político. Há narrativas diferentes na maneira como como está. Eu acho que ele é uma pessoa muito transparente, muito e muito usada. Mas a maneira como eu te como eu te dou a minha imagem para o dia a dia, se eu tiver com os meus amigos em caminha a conversar é completamente diferente.

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Estiver de jeans e camisa, a comer uma picanha, ser diferente, estar à mesa numa sala de protocolo de estado, fato e gravata. A sacralização dá cabo desta coisa toda. Mas faz parte. Tem que ser um protocolo. Existe alguma, Tem que existir, tem que haver regras, há coisas, tem que haver. E essas regras que nos permitem que haja uma margem fotográfica mais reduzida.

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Mas isso é que eu desafio. O meu maior desafio e isso não ser fácil, pois se fosse fácil eu não queria estar aqui. Qual é a autonomia que tu que tu tens? Porque há uma parte que é a parte criativa? O que é que tu apanhas? Mas depois essa narrativa é incorporada, obviamente, na comunicação política. Por maioria de razão.

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No que é que é o gabinete de comunicação? Naquilo que, no fundo, a tua foto serve para dar base e construção a uma ideia política ou eu vou decidir uma coisa? Então eu tenho. Quero ter uma fotografia do Primeiro-Ministro com ar de decisão ou eu estou mais preocupado com aquela coisa? Então eu proponho me para esta sempre ser que existe lá com 100% vincado, como é natural.

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Claro que tudo tem uma mensagem, tudo tem uma linguagem, seja em que país, forças em que cimeira, a organização, reunião internacional, seja o que for. Temos que ter. Temos de ter imagens que façam sentido e que representem aquilo que está a acontecer, não é? Como é que tu constrói as coisas? Dou um exemplo europeu que usamos muito junto a Bruxelas.

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Temos primeiro ministro onde as pessoas vêm sorrisos e conversa e conversa e conversa amena, boa disposição, boa energia, com quem? Com todos os diversos grandes altas entidades que conhecemos, em amena cavaqueira, como se diz na gíria. E de repente, a imagem que o capitão, em vez de apanhar um momento sorridente de trocas e de contacto físico e de sorriso que é uma preocupação, uma imagem bem mais pesada.

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Não, não. Mas, por exemplo, a seguir apanho junto à cadeira de Portugal antes de sentar e apanho sozinho, sem ninguém ao pé. A essa leitura que estou a apanhar. O sentar rodeado de pessoas, de amigos e chefe de Estado que está sozinho, não é má. Uma má leitura jornalística também não tem que ver. Eu sobre mim. Está sozinho.

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Claro, eu tenho que pensar nisso. Se bem que fique assim, não deixa de ser bonito esteticamente, ficar sozinho, olhar para cima com uma luz pontual, bonita. Eu posso fazê la, mas fica para mim o que é uma luz pontual. Nós temos luz dos ponderada luz matricial e os pontos de luz Pontual, mas pontual. É uma luz em que o centro, o centro, o centro de luz, está mais focado no protagonista, o resto está mais escurecido.

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Temos a luz medida, mas o ponto não é ok. Temos um foco de luz. No fundo, estou num palco. Não é a luz pontual. Em teoria, é a luz que vai ao ponto. É incrível porque temos uma luz mais focada no assunto para convergir o olhar e ser. Sempre estamos mais focados naquela ação. Não, não divergimos. Não, nós não nos referimos o correcto todo da imagem para termos de ponderar que é mais, se é mais centro, pois temos o matricial que é mais no global eh na missão e a luz é absolutamente crítica para aquilo que aflige a luz que sinto.

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A luz abraça e eu envolve tudo. Que tudo o que seja textura, volume ao ser humano, a luz e a luz é que gera a luz. Acredito. Só temos corpo, temos luz. Não é só a cor, só a gamas de cores, só um espectro de cor que as explosões que o verde são a ver, porque é porque a luz não.

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Mas isso não depende de a luz está lá ou não está A luz não depende de mim que conseguir fazer um retrato coerente do que está realmente a acontecer. O que eu estou a ver, porque eu posso neste momento adulterar completamente o espaço que está aqui. Eu não me refiro em pós produção por erro ou manipulação direta na câmara.

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E não, não é um retrato fiel e coerente do que estou a ver. E esse é uma premissa muito importante no meu trabalho. Gonçalo Mel Porque muita gente não tem essa premissa. Eu tenho a sobre mim. Para mim a cor. Para já sou aquele clássico preto e branco. A cor não existe no preto e branco. Na minha cabeça não existe, não existe, Existe, mas preto e branco.

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E eu sou muito crítico nestas coisas. Daí a parte que quando feiticeiro não esotérico, muito. És um tecnicista. Em primeiro lugar, eu sou, eu sou muito, Eu sou muito. Eu sou muito fiel ao que vejo. Eu sou muito fiel ao que nós temos que retratar o que vemos na realidade. Tem que haver uma honestidade, tem que ver a luz, se a cor é aquela e aquela cor, se a luz é aquela e aquela luz, nós temos que fazer isso.

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E isso para mim é que é a beleza da fotografia. Fotografia retratar o que eu vejo, não retratar aquilo que não está a acontecer é o é A cor tem essa capacidade, o espectro é a gama de tons que existe no espectro eletromagnético visível no espectro visível. A gama de tons é tão grande, a gama tonal é tão grande que permite uma riqueza de expressão, de volume, de leitura dinâmica, de ritmo, de linguagem que o preto e branco não permite.

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Apesar do preto e branco ter o preto, branco e a gama de cinzentos que é uma gama gigantesca. Olha lá, é o verde para ti é igual ao verde para mim é porque eu quando vejo as fotos dos grandes fotógrafos o que digo é raio. Este e estas cores deste deste fotógrafo eram bastante diferentes daquelas que aquilo que eu vi que estiveram lá no mesmo sítio, pronto, isso é outra e outra conversa que é a grande fotógrafos da nossa praça que carregam ali, numa escala de cores um bocadinho, que fogem ao neutro ou zero, que pintam aquilo que pintam e que carregam em alguns tons, gostam de uma dominante mais fria ou mais quente.

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Gostam? No todo, podemos criar imagens mais quentes ou mais frias e as próprias câmaras por base? E os filmes? Antigamente, nos meus rolos 135, tínhamos as gamas em que o Kodak no Fuji ou no anos Villefort havia de nos Kodak, sobretudo os cromos Mortara e os noivos, os Velvia e os e os pró vida de Fuji e os OS por trás da Kodak eram muito porta 160 e os 60 eram filmes muito coerentes, com tudo muito perfeito, muito, muito perfeito.

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Com quente luz, um quente quase com o neutro. E consegues fazer isso no digital, Com certeza. Sim. E as próprias Fuji? Estas, estas bridges, estas, estas sem objectivo interno estável, têm programas exactamente para simular os os filmes todos e que são imagens que nos que nos dão prazer. Falamos do foco focar, não focar. O fotógrafo nisso vai à procura do momento.

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Às vezes o grande momento e a foto até nem está perfeitamente focada na composição. Não sei se isto dá cabo dos nervos porque o foco é ficas doido com isso quando a coisa não está acesa. Qualquer fotógrafo que se preze, quando falha o foco e filma é uma dor. Com certeza. A composição é o que permite que a diagonal da nossa imagem tenha uma leitura coerente e harmoniosa.

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Não é isso. É ser e ser sempre a demanda do Santo Graal. Acho que estamos mais para para quem não pode. Temos um retângulo, um retângulo tem uma diagonal. Nós, ocidentais, vamos da esquerda para a direita. Logo à partida, a fotografia tem uma composição. Essa composição tem que ter elementos, compor uma fotografia e retirar informação indesejada, não é?

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É que compor o enquadramento, o quadro primeiro, as teorias de imagem que colocaram aqui dentro, O que é que eu lá ponho? O que é que eu quer que faça sentido? Eu estando neste momento, nesta sala contigo, o que é que eu quero que o José Correia seja identificável? Faço um primeiro plano a pensar em ti. Não é a tua cara no leve, no LCD e acaba se com um plano que eu meti com a mão na cara ou pelo microfone, ou espero e apanho em passar uma pessoa que saiu da região e que passa aqui em desfoque.

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Faça um tempo de exposição mais prolongado para apanhar em fantasma a pessoa arrastada para não tirar a nitidez que estás em terceiro plano e faço ligação de leve para a pessoa passar e tu aí ao microfone. Toda esta composição tem. Um domínio do comum que é levar ao observador o que eu quero convergir pontos, divergir pontos, baralhar lo, concentrá lo.

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Eu é que decido o que é que o observador vai usar. Isso faz isso imediatamente antes de clicar no botão, antes de fazer um click. Gostava de dizer que sempre é assim, mas não é Às vezes que nos focamos mais no imediato, imediato. Vamos a um exemplo para o vinil Sai do carro, cumprimenta uma pessoa, estamos num sítio que tem uma luz e que tem que ter um segundo plano.

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Background muito interessante. Faz o que podes, faça o que posso. Basicamente vou focar em ter o recorte, nitidez e boa cor e boa luz no aperto de mão. Essa cara está para o sítio certo, se afasta para a luz. Se o convidado ou a pessoa quer filtrando o espaço, está a recebê lo com uma pose minimamente decente. Mas o meu foco é tipo quando chego lá.

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O meu foco obviamente que é o primeiro. Claro que em quem é engraçado, nós falamos agora de composição, falamos de luz, de cor e outra coisa é o ponto de vista, a maneira como, porque é que fotografas aqui não se faz de claro, porque é que fotografas de cima para baixo, de baixo para cima, Como é que enfim, tu tem uma lei, Tu tem, tu tem uma leitura, tu tem uma leitura, por vezes mais mais alto, com mais altivez, por vezes um bocadinho mais pejorativa e por vezes um bocadinho mais diminuída.

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É bom fotografar pessoas que está de cima para baixo, tem uma leitura de baixo para cima, tem outra diferente, a ideia mais grandiosa. Daí é mais na inferioridade. Sim, Depois tens mais neutralidade. Tu tem uma leitura, tu tem uma leitura, o centro do nosso olhar, tem uma leitura específica. A linguagem, para quem está a observar os observadores, tem sempre um sentido crítico muito ou muito feroz, não é?

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Nem sempre é aquela coisa do lado bom e o lado mau que fique melhor para a esquerda, melhor para direita a todos. Assim, todos nós temos um lado melhor. A sério. Sim, todos temos um lado que não somos simétricos, não somos a desgraça, não somos. E esse é o ponto que o ministro vai lá espreitar na Câmara. Vai dentro, desse lado não deixa lá espreitar a ver se fica bem.

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Não quer nunca que gere uma trabalheira a melhor o primeiro ministro, porque na área que eu tenho não num problema de nada não comentar assim momentos um bocadinho mais descontraídos no hotel, quando chegamos a um sítio, descansamos e nos sentamos um pouco assim. Uma conversa, às vezes um cadinho mais leve, até sobre o meu trabalho é sempre fotografia nos telemóveis.

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Mas não, o primeiro ministro nunca fica muito, muito incomodado ou curioso. Será que fiquei bem? Não. Pode até falar isso, mas comigo nunca falou, não é? Olha, normalmente quando não, não sei como faz pela moda, também fizesse umas coisas na moda. Essa relação entre quem está a fotografar e o retratado, a comunicação, a importância dessa comunicação, desse fundamental.

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Eu em miúdo fiz umas coisinhas de moda enquanto no atelier mesmo e então e depois tive a fase toda do DN, fazíamos reportagens. Três dias de moda Lisboa durante anos. O que é que aprendeste nesse tempo? Aprendi nada de especial. Era um miúdo parvos com a mania que. Eu também tive. E o que é que eu percebi para perceber exactamente isso?

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Na altura de uma boa imagem Perante o que a gente já conhece podcaster de eventos? Somos, mas também temos vida e portanto, dá para ver a tua imagem. O eu tinha e eu tinha uma necessidade. Eu era muito introvertido, a sério, muito, muito, muito incrivelmente introvertido e achava que não e mostrava aos outros. Mas eu era superado, envergonhado E então estar à frente de uma câmara a ouvir uma data de direções, um fotografia por cima que muito não vou dizer o nome, acho que era muito agressivo.

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Tinha era muito agressivo, tinha muitos palavrões, mas usava isso para nos pôr à vontade. Era do Norte, não era de Lisboa. Não interessa. Não, não, não, não, não me. Não ia perguntar. Mas é isso. Respondeu à tua pergunta. Acho que estavas nos bonecos agora no fim. Ou não gostava de algo, não gostava de mim, mas estava lá uns e.

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E quando eu passei por outro lado, para trás da câmara. Já era uma pessoa com muita vontade e percebi que a linguagem é absolutamente fundamental. A comunicação é fundamental, é fundamental. É e era exactamente. Muitos colegas meus e amigos na nossa área, da minha área específica, dizem que o meu core mesmo é o retrato. É isso que eu gosto de fazer.

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Gosto muito, mas não é o que eu mais gosto. Mas dizem que aquilo que eu sou realmente o melhor é fazer retrato, porque tenho essa capacidade de bloquear pessoas difíceis. E acho que tem porque as pessoas fecham se quando quando seja muito difícil surfar. É invasivo. No primeiro ai não gosto e eu não gosto da sua imagem e eu não estou habituado a ter uma boa fotografia onde são pessoas demasiado sérias em termos profissionais e cargos e não é da uma muito pouco tempo.

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Não querem ser o seu boneco, não estão tão bem no seu casulo, na sua bolha. E não é. Esse é o meu corpo mesmo. Então como é que faz isso? Como é que se desbloqueia? Alguém desbloqueia? Isto é muito feio. O que eu vou dizer. Não estou a pensar bem como é que eu vou dizer com como estamos a falar de pessoas e da maneira quiseres e eu estou me um bocadinho a borrifar para o que a pessoa vai achar de tudo sacralizada.

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Essa ideia hoje em dia não no cargo em que estou em questão, mas no passado, nas entrevistas para revista e jornal. Tens que ter lata, tens que arriscar e isso não é garantido. Eu fiz em dois automóveis, fiz a minha primeira posição em handicap de número 124 e é uma escola incrível, comercial, uma escola de trato incrível, mas não incrível.

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Uma escola incrível e não é garantido, não é garantido. É um artista que lhe diz que não olhe, vou ficar ali, cara ali, encostado e se calhar encostar se, pôr se para trás, quiçá deitar se no chão para uma ou dois anos. Então, pronto, encostou se e é sempre a ganha terreno. Tem que ser, tem que ser. É uma negociação, claro.

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É uma aula, é uma permuta. Porque, no fundo, qual é o chavão maior ajuda marginal, lá isso é uma boa tática, uma ajuda. Afinal, tu passaste na venda do ano, mas então ajudo me ajudando. Quando fotografo, ajudo mais. Se você me ajudar, vai ficar bem isto. Mas não, não é tudo. Mas olha lá, mas uma coisa e tu vais fotografar alguém que esteticamente é bonito, seja lá o que isso for, mas convencer se é mais simples e mais fácil ou não.

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Ou tu preferes? E depois lá estava aquela velha frase como a mim diz aquela modelo é muito bonita, mas é um bocadinho insensata. Aquela modelo não é tão bonita, mas tem imenso sex appeal. Isto é mesmo real. A mulher às vezes nem os homens, mas eu falo mais de mulheres. Neste caso, em termos retrato é ser miúdo, é o meu crescimento.

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Uma rapariga muito bonita não tem que ser nem por sombras. É mais fácil e mais interessante no na tomada de vistas, na fotografia tirada. Não é? Não tem que ser. A linguagem é a comunicação. As pessoas crescem e com esta ideia agigantam se. No momento da fotografia há pessoas que se transformam completamente, têm um carisma especial, especialíssimo. E tu consegues ver isto logo?

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Não, não, não, não, não. Eu não sou nenhuma. Pessoas que aceitam o teu jogo, que aceitam e os deixam ir e confiam na conversa. Às vezes é muito importante não ter logo a câmera na cara. É muito importante. Não acordar um bocadinho antes. Sabemos sobre pessoas difíceis, tentar conquistá las um pouco. É muito importante ver o que é que elas têm para dizer.

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Isto é muito. É muito romântico. O que eu estou a dizer é muito, é muito bonito. Mas estando num jornal, ou numa agência, ou numa revista e depois vais ficar só distraído não sei de quê, ele tem dois minutos para ti, não dá para andar para namorá lo, não dá para encantá lo lá para aquele sítio. Mas já é para estudos.

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Eu vou esta janela interessante. Este quadro pode ser de um exercício de sedução, sim, mas isto, isso é levar para o campo. É saudável para os que são banana, porque eu já? Porque eu ia fazer outra pergunta a seguir, que é são mais fáceis de fotografar os homens ou as mulheres de poder? Por exemplo, eu estava a pensar porque duas fotografas, três mulheres.

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O professor Marcelo não fica zangado comigo porque o homem mais importante do país, que é o Primeiro-Ministro, ele é quem tem a capacidade de visão da nossa vida. Lamento, mas era a maioria do Parlamento tomar as decisões. Ele é a pessoa mais importante do país e.

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Uma coisa tu estás a estorvar e provavelmente eu não o conheço, mas imagino que as suas preocupações estéticas estejam muito abaixo das suas preocupações políticas de mobilização de pensamento. E estava a pensar, se calhar, um preconceito profundamente sexista que é se for uma mulher, se calhar também. Depois até um julgamento social que nós temos. Como é que são o cabelo, Como é que são as sobrancelhas?

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A maquiagem está perfeita. Há uns bons pés de galinha no ar. Eu gostava de me lembrar com quem conversei para uma dois dias e peço desculpa que vai me ouvir. Certamente que não me lembro, mas falámos exatamente disso que eu costumo falar, que é uma primeira ministra. Vai ser falada na semana mais facilmente pelos seus vestidos, pela repetição, pela cor, pelos claros de campo.

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Um homem usando dois fatos sobre três um azul escuro e dois cinzentos. Varia a gravata, mas é a cor da camisa. Isso não é tão alarmante assim. Uma mulher certeza não é. A questão não é um preconceito, não é uma forma de eu ver. Mas sei que na sociedade, uma senhora que vista o mesmo vestido, se calhar duas ou três vezes na mesma semana, que horror!

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Não vai ser uma coisa esquisita. Enquanto que um homem não está pode vestir o seu fato azul claro. Vai, o julgamento vai ser diferente. Mas voltando à pergunta inicial. Eu acho que será mais fácil se ele for uma senhora. Porque a senhora por si só, já tem uma preocupação estética maior que um homem e fica melhor nas frases.

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Mas isso sou eu, que tem uma proteção maior. Portanto, ao ter essa preocupação, maior a sua rotação sobre o seu próprio eixo na luz, no espaço, a sugestão de espaço estará mais. Mas sei lá, mais preparada, mais habituada. Mas fico com mais noção de quais são os seus lados, quais são os seus volumes, os seus, os seus movimentos.

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Que sejam mais positivos e que é autor, Conhece que conhece melhor, na sua forma mais comercial, pessoa as suas que são realmente muito simples. Há pessoas que são mesmo muito simples. Eu acho que o nosso Primeiro-Ministro é uma pessoa muito terra a terra. Muito, muito simples. Não é uma pessoa que tem aquele ar altivo nem muito vaidoso. É uma pessoa normal, que gosta de estar convivendo com boa apresentação, nem que fosse só pelo facto de ser a primeira vez.

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Mas não é uma pessoa que se cuida, que tem o seu sentido de estética e preocupação, mas não é uma coisa levada ao limite. É muito normal uma pessoa normal. Olha como é que a vossa comunicação visual olha nos olhos. É muito divertida, é muito boa, é muito boa, é muito boa e muito boa. Como é que eu estou me a repetir?

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Mas é isso, Não sei o que quer dizer mais. Acontece mais no estrangeiro do que em Portugal. No estrangeiro e mais importante que eu, lembro me e custou, não é? Às vezes, em palanques, em espaço muito longo, existem lá dezenas de pessoas, 70 fotografias de jeito que eu faço contato visual com chato, 80, 90, 120 chefes de Estado, chefes de governo, secretários de Estado.

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Há muita gente em muitos espaços diferentes no mundo e é muito importante que eu saiba onde é que estou e quando me veem ou quando trocamos de olhar. É interessante perceber que ali ok, já apanhei, que já tive e portanto vou te dar uma fotografia. Vou com não é votar uma fotografia, mas sei que estás cá porque é óbvio, imaginando que ele não percebe que eu lá estou.

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Pode ir direto ao espaço dele e não vai interagir ou vai interagir só com quem esteja ali. E é uma imagem mais neutra. Provavelmente não é preparar a plasticidade de imagem nem de artificialidade. Estamos a dizer que o sentir que eu estou é aquele olhar de olha, está ali um velho conhecido. Também não é isso. Mas é ter noção que trabalhamos em equipa, um trabalho de equipa, tudo um trabalho de equipa e saber que estou cá e aí e lá está.

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E essa é isso, é essa troca de olhares, essa causa, essa ligação de permite também para ti que é o ser humano. Mas aí está o gosto de exercer. E agora, na cerimónia de trasladação do José Maria Eça de Queiroz no Panteão Nacional, há ali momentos em que aquilo já está mais exaustivo. É fácil levar as coisas p um lado é espetacular e a Lua faz lá, está lá quando se pode, Claro, quando o espaço ajuda, tudo ajuda e faz.

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Agora, por exemplo, na primeira linha sentada, o Presidente da República, o primeiro ministro e presidente da Assembleia da República, com ar de que estava no óbvio, porque seu lema sus mor é pesado e difícil. No momento certo que estão a ler, estão, têm coisas para folhear e vão ouvindo os discursos e os e os e os vídeos e as músicas e tudo o que acontece naquele espetáculo musical.

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Cerimónia que esta sim, sempre com a sensação de que estas cerimónias no geral e não é só esta, mas posso. São longas filas de emergência que estão em falta um coreógrafo ali. Mas uma coisa esse cansaço visual em que temos que conseguir desmontá lo não é porque há esse cansaço, essa esse semblante mais pesado do cansaço, Porque houve uma pessoa que chega lá em 20 minutos, está fresca, está com o ar há 03h00 a 03h00 cara, muda para todos, não muda para o mundo, para todos.

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E às vezes ainda fica. Mas voltando à questão, é interessante quando cruzamos o olhar mais uma vez depois de algum desgaste e há um sorriso, há uma ligação no nosso espaço que é piscar o olho. Temos cá uma despressurização. Estamos cá, vamos e estamos juntos. Bora! E é muito bom e sabe me bem. Olha o que é esta é a tua vida de agora.

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Mas eu encontrei te antes disto através de um teu camarada fotógrafo, um ser com quem tu desenvolver, um projecto que é um projecto para fotografar a vida. Na realidade, fotografar pessoas é um convite que depois acaba num livro. Foste à procura de quem? É muito simples a minha resposta. No final fui à procura do convívio. O objetivo foi retratar eram diários em confinamento, perspetiva a perspetiva de profissionais, O que é que conseguem narrar e documentar em com enclausura em confinamento?

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Isso é uma desafio para toda a gente. Fica o desafio. Miguel Eu já estava a fazer um retrato bocadinho mórbido e tétrico. Estava a retratar a minha mãe doente, com quem tem uma neoplasia com cancro que que acabou porque correu muito bem durante, mas depois infelizmente ficou boa. É que foi uma recidiva e foi muito rápido. E foi muito rápido porque quiseste documentar também que tinha que se comentar.

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Não tenho resposta. Querias ficar com quem queria ficar e lá estava assim que vi que é uma coisa que não é tão pouco tétrica. Porque não deixa o lado jornalística falar, porque não é o juiz, é o lado fotógrafo documental. Tinha que documentar e não, não num lado carregado e triste, porque não? Não fiz, Acho que não fiz.

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Mas claro que temos uma mãe que está sem cabelo, temos uma mãe que está a tomar medicação, que está na cama, que está tapada, está sem cabelo. A tua mãe que agora eu queria ficar com aquilo que queria ficar com aquilo e até certo ponto correu muito bem porque quis colocá la no livro. Como é que ela reagiu quando lhe propuseram ou não lhe dissesse nada e fosse fazendo muito?

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Vai reagiu muito a ver junto e riu junto. E foi à exposição e foi exposição. E depois fomos à parte da ajuda, à apresentação do livro e infelizmente o desfecho não era o que o que nós esperávamos, porque era tudo muito bem. Portanto o livro faria sentido tudo neste momento e não fazia sentido. Mas eu notei a perspetiva que eu que eu imaginei O que é que tu viste?

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Como é que tu retratasse? Tu viste a comida? O inesperado, o incógnito, o oculto? Tudo, tudo o que seja de interrogação. Não sabíamos nada, não sabíamos nada. Não sabíamos nada. Sabíamos que precisávamos de distanciamento. Isto era. Era morno, quase que bastava respirar. Quase apanhava se, via pessoas, Estava a morrer em catadupa face aos hospitais. O não eu para o livro Não sei não.

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Eu fiz rua, fiz praias, fiz hipermercados e farmácias, mas fiz. Sobretudo fiz talvez 70%. Nenhuma. Retratos? Retratos? O quê? Das coisas que tu retratos? A contenção. Essa distorção traduz muito aquela parte sígnica dos objetos, aquela parte da simbologia da imagem fotográfica, parte a parte de os objetos todos que têm uma leitura sígnica não têm muito uma linguagem, têm tem um sentido pontual de cada coisa.

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Apanhar os pelos os os pinos florescentes, as fitas adesivas a bloquear espaço, jardins, espaços recreativos para crianças, tudo o que fosse confinado. Os homens, todos sul, todos os mascarados. Aqui os fatos, os fatos de proteção. Era. Foi uma coisa que tornou se banal. Mas aquele primeiro impacto de ver homens todos de branco, com máscaras, descrevê los exatamente aquilo foi uma imagem muito asiática que nós não tínhamos esta noção que íamos viver com isto diariamente.

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E foi e é. Ser objetivo era criar um documento que ficasse perpetuado no tempo, que mostrasse exatamente o que algumas pessoas não podiam ver, porque não podiam ser caso nós podíamos e nem todos os meios podíamos. Tínhamos carteira de jornalista, tínhamos agenda e eu não tinha. Eu não tinha agenda porque não estava. Eu estava numa agência na altura que não fazia, não fazia jornalismo de genérico generalizado, fazia jornalismo técnico específico, fazia parte muito médica, HIV, oncologia.

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Tinha uma parte da advocacia, portanto, não estava. Mas estava sem trabalho. Recebia, mas estava sem trabalho. Era uma fase que essa entidade patronal foi incrível. Pagava me imenso tempo. E, portanto, eu retratava no fundo a minha mãe. O convite foi e foi o que foi para toda a gente. Foi um dia de cada vez. Aprendemos um bocadinho mais sobre algo que não sabíamos nada e que achávamos que era o tal.

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Para todos que seguiam tal, possivelmente com tal qual é a fotografia que ainda te falta fazer?

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Ou que te apetece? Turva. Um. Ateísmo Professar. Eu sou muito católico. Tu és o Papa. Já fotografei, mas sempre com muitas regras e condições. O actual Papa Francisco gostava de fotografar com mais à vontade. Gostava muito de apanhar um momento mais descontraído, gostava muito de apanhar o Benfica campeão europeu Ganhar, diz sempre que nos liga. Acho que o Papa é mais fácil, mas eu também não sei.

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Também gostava muito de você. Eu gosto muito de Eu não tenho eu para não me desiludir, não crio, não crio grandes metas nessa não. Sabe porque Já fiz muita coisa que gosto muito, mas mesmo assim gostava de apanhar um. Gostava muito apanhar o Benfica campeão europeu, ir ao estádio fotografar bola. Então faz anos e apanhar o ser campeão europeu.

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Gostava muitíssimo. Gosto muito de ténis, gostava muito de apanhar um português numa final de um Grand Slam e fotografá lo porque eu gosto muitíssimo de desporto. Sou um praticante agora provisionado, mas muitos anos a jogar e muitos anos a jogar ténis e andar de skate. E o Miguel Lopes foi meu grande colega de rua de skate, de longboard.

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Fizemos muito, muito ativa e muito para ser descrito. É, mas não tem. Ela está e é cada vez fazer mais trabalho de ensaios, de ensaios específicos que eu crie temáticas na rua, que me venham, que cheguem ideias do nada para rua ou criar temas específicos de futuro que me dê um prazer gigante criar temáticas. Uma altura que tive uma fezada gigante.

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Estava obstinado com fazer relatos por Portugal inteiro, relatos noturnos com os leds das comidas sim, enfim, um mundo assim. America nada. Engordaste mais 100 quilos. Não, não, não, não Quero então fazer algo para não fazer. Mas era um foco gigante, uma paixão minha. Aquilo que acho que diriam porque fiz duas e felizes. Uma em Carcavelos, que era o barquinho a levar a pescar e depois aquele ambiente mais pesado, a noite de rulote com o asfalto que andava a filmar, mais carregado com as luzes dos médios dos carros por ser uma coisa muito americana, anos 70 anos 80 e eu fiquei me pelo país todo, Dava para fazer uma coisa muito gira, portanto, estávamos sempre surgindo

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ideias. Vou escrevendo e vou me calando. Não me calei algumas e fiz mal porque chegaram se à frente muitas pessoas em trabalhos, mas eles não têm nada menos possível. Gostam de futebol adorável. Enfim, por ir tratar isso, não tenho aquela loucura da guerra. Nunca tive. Não, não é o gosto muito hardcore, nem os gosto de fazer coisas com impacto.

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Já fiz algumas que estava a fazer, muitas que nunca fiz, mas a idade vai passando e não é por uma questão física que acho que espero estar capaz ainda muitos bons anos, mas a guerra obriga a treino e um espírito também não é o espírito. Acho que até tinha, mas depois vem a parte do da galinha, da família, de gostar, estar perto de todos.

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Isso tira me. Mas eu sempre fui uma pessoa muito, muito virada para a confusão. Até dizem que sou meio com parafusos a -1 bocadinho. Olha, para fecharmos, quem é que tem as fotos da família? Estou ou em ou na família de gente? Está lá certo que quem tira aqui as fotos somos nós e tu apareces como boneco. Nos telemóveis, neste momento isso é democrático e fazemos na horizontal ou baixo ou na vertical, mas sempre porque com a malta nova, tatuada ou baixa ou alta, não é porque a família se me grande, cantamos juntos e tem que caber.

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Todos estamos juntos. Somos pelo -14, 15, 18, 20. Somos muitos, portanto não dá para fazer no vertical. Nem sempre o baixo tem que ser sempre no horizontal, seja o Primeiro-Ministro, seja o Papa ou o Benfica. O que é incomum na fotografia é que ela nos mostra um prisma diferente. As grandes fotografias carregam em si toda a narrativa do momento e contexto em que foram tiradas.

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Há o que vemos e aquilo que julgamos, viram, interpretamos. Há o dito e o não dito. Nas fotografias saltamos a barreira do narrador. Será que afinal, o principal sonho de um fotógrafo é ser o homem invisível entre nós e aquele que está a ser fotografado? Até para a semana?

00:46:19:11 – 00:46:38:19

Tem.

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