Переходьте в офлайн за допомогою програми Player FM !
45. Evolucionismo: Lucien Lévy-Bruhl
Manage episode 461785970 series 2931971
Neste episódio, o Antrpocast te convida a embarcar numa viagem fascinante pelo pensamento do último dos pensadores evolucionistas que estamos analisando: Lucien Lévy-Bruhl.
Ele foi um filósofo francês que, bastante influenciado pelos trabalhos de Tylor e sobretudo de James Frazer, lá no início do século XX, mergulhou na antropologia, intrigado com a forma como os diferentes povos interpretam o mundo.
Sua formação orignial foi no campo da Filosofia Moral. No entanto, como professor da Sorbonne e colega de Durkheim, foi bastante influenciado pelos ventos da Escola Sociológica Francesa (e também do positivismo de Augusto Comte), trazendo um viés empírico para suas preocupações com a moral: ele quer investigar como exatamente as sociedades criam e veiculam os valores que orientam os comportamentos das pessoas: e é aí que entra o mito!
Ao investigar as histórias aparentemente irracionais dos mitos e os fenômenos místicos das religiões das sociedades ditas "primitivas", ele procura entender de que maneira isso pode revelar o funcionamento da mentalidade desses povos.
Para isso, ele vai desenvolver dois conceitos importantes: mentalidade pré-lógica e participação mística.
Importante compreender que por "pré-lógico" ele não indica que esses povos sejam "irracionais" ou "menos inteligentes" do que os povos ocidentais. Significava que ainda não tinham atingido o estágio conquistado pela lógica formal tal como posta pela tradição do pensamento ocidental, que ele entende como sendo o mais sofisticado.
A ideia é que as experiências de mundo vividas por estas sociedades eram permeadas por uma visão mágica e simbólica que é diferente do pensamento analítico e científico predominante no Ocidente.
O conceito de "participação mística" é um dos conceitos que o tornaram conhecido. Essa ideia descreve como, nas sociedades tradicionais, as pessoas não se veem separadas do mundo natural ou do sobrenatural — elas se sentem conectadas a tudo ao seu redor, desde animais e plantas até os espíritos e deuses.
Nesse contexto, o mito funciona como uma espécie de “língua” que expressa essa conexão profunda.
Outro ponto fascinante é como ele via a coexistência dessas mentalidades. Mesmo em culturas modernas, Lévy-Bruhl acreditava que o pensamento mítico não desaparecia completamente. Quer um exemplo? Pense em superstições, horóscopos, ou na forma como muitas pessoas interpretam coincidências como "sinais do destino". Isso mostra que o mágico e o racional convivem dentro de nós.
Mas é claro, as ideias de Lévy-Bruhl não passaram sem críticas. Muitos estudiosos disseram que sua abordagem dava margem a interpretações etnocêntricas, sugerindo que o pensamento ocidental era superior.
Com o tempo, sua visão foi sendo revisada e aprimorada, mas a noção de que diferentes culturas pensam de formas distintas continua sendo uma contribuição valiosa.
Então, o que podemos levar da perspectiva de Lévy-Bruhl? O mito, para ele, é uma janela para um modo de experiência do mundo que vai além do racional. Ele nos lembra que existem muitas maneiras de entender e se relacionar com a realidade, e que o pensamento mítico não é algo do passado, mas uma dimensão viva que ainda permeia nossas vidas.
Ficou curioso? ouça o episódio e aprenda um pouco sobre esse fascinante e importante pensador. E sobre como o pensamento mítico, mágico, místico co-existe com o pensamento científico, lógico.
Siga-nos no Instagram: @antropocast
As trilhas sonoras utilizadas neste episódio são livres de direitos autorais.
46 епізодів
Manage episode 461785970 series 2931971
Neste episódio, o Antrpocast te convida a embarcar numa viagem fascinante pelo pensamento do último dos pensadores evolucionistas que estamos analisando: Lucien Lévy-Bruhl.
Ele foi um filósofo francês que, bastante influenciado pelos trabalhos de Tylor e sobretudo de James Frazer, lá no início do século XX, mergulhou na antropologia, intrigado com a forma como os diferentes povos interpretam o mundo.
Sua formação orignial foi no campo da Filosofia Moral. No entanto, como professor da Sorbonne e colega de Durkheim, foi bastante influenciado pelos ventos da Escola Sociológica Francesa (e também do positivismo de Augusto Comte), trazendo um viés empírico para suas preocupações com a moral: ele quer investigar como exatamente as sociedades criam e veiculam os valores que orientam os comportamentos das pessoas: e é aí que entra o mito!
Ao investigar as histórias aparentemente irracionais dos mitos e os fenômenos místicos das religiões das sociedades ditas "primitivas", ele procura entender de que maneira isso pode revelar o funcionamento da mentalidade desses povos.
Para isso, ele vai desenvolver dois conceitos importantes: mentalidade pré-lógica e participação mística.
Importante compreender que por "pré-lógico" ele não indica que esses povos sejam "irracionais" ou "menos inteligentes" do que os povos ocidentais. Significava que ainda não tinham atingido o estágio conquistado pela lógica formal tal como posta pela tradição do pensamento ocidental, que ele entende como sendo o mais sofisticado.
A ideia é que as experiências de mundo vividas por estas sociedades eram permeadas por uma visão mágica e simbólica que é diferente do pensamento analítico e científico predominante no Ocidente.
O conceito de "participação mística" é um dos conceitos que o tornaram conhecido. Essa ideia descreve como, nas sociedades tradicionais, as pessoas não se veem separadas do mundo natural ou do sobrenatural — elas se sentem conectadas a tudo ao seu redor, desde animais e plantas até os espíritos e deuses.
Nesse contexto, o mito funciona como uma espécie de “língua” que expressa essa conexão profunda.
Outro ponto fascinante é como ele via a coexistência dessas mentalidades. Mesmo em culturas modernas, Lévy-Bruhl acreditava que o pensamento mítico não desaparecia completamente. Quer um exemplo? Pense em superstições, horóscopos, ou na forma como muitas pessoas interpretam coincidências como "sinais do destino". Isso mostra que o mágico e o racional convivem dentro de nós.
Mas é claro, as ideias de Lévy-Bruhl não passaram sem críticas. Muitos estudiosos disseram que sua abordagem dava margem a interpretações etnocêntricas, sugerindo que o pensamento ocidental era superior.
Com o tempo, sua visão foi sendo revisada e aprimorada, mas a noção de que diferentes culturas pensam de formas distintas continua sendo uma contribuição valiosa.
Então, o que podemos levar da perspectiva de Lévy-Bruhl? O mito, para ele, é uma janela para um modo de experiência do mundo que vai além do racional. Ele nos lembra que existem muitas maneiras de entender e se relacionar com a realidade, e que o pensamento mítico não é algo do passado, mas uma dimensão viva que ainda permeia nossas vidas.
Ficou curioso? ouça o episódio e aprenda um pouco sobre esse fascinante e importante pensador. E sobre como o pensamento mítico, mágico, místico co-existe com o pensamento científico, lógico.
Siga-nos no Instagram: @antropocast
As trilhas sonoras utilizadas neste episódio são livres de direitos autorais.
46 епізодів
Усі епізоди
×Ласкаво просимо до Player FM!
Player FM сканує Інтернет для отримання високоякісних подкастів, щоб ви могли насолоджуватися ними зараз. Це найкращий додаток для подкастів, який працює на Android, iPhone і веб-сторінці. Реєстрація для синхронізації підписок між пристроями.