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850 | Cláudia Câmara — Metáfora sem Refinamento | Literatura Contemporânea
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Claudia Camara trabalha como publicitária. Já publicou poesias, alguns contos e crônicas que estão espalhadas pelos arquivos de jornais. Publicou pela Editora Biruta o título Quinze Dias, Sete Anos e Alguns Minutos que foi selecionado para o Catálogo de Bolonha em 2005 e foi finalista do prêmio Jabuti;
►► Apoie pequenas editoras. Compre livros de autores independentes!
https://loja.tomaaiumpoema.com.br/
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Cláudia Câmara — Metáfora sem Refinamento
Eu entendo você.
Juro, entendo, sim. Imagino que seja difícil me escolher.
Acho mais, acho que deve ser assustador.
Sei que deve ser assim. Estou fechada , tenho a capa duríssima e nenhuma palavra gravada em mim.
No entanto , me ofereço com suavidade e espera.
Leia-me. Leia- me bem devagar , faça anotações em minhas margens , grife o que achar importante
( ou se tiver algum sentimento para ser compreendido mais tarde).
Mas por favor, não me deixe esquecida, intacta, desconhecida. Ia dizer empoeirada , me recuso.
Pode começar pelo fim,se quiser. Adeus.
Mas continue.
Me abra ao acaso e passeie por trechos engraçados - eles deveriam chamar sua atenção assim, naturalmente. Demore- se no que eu tiver de poético. De bobo mesmo. Onde eu falo orvalho em vez de umidade. Onde tem relva no lugar de grama. Essas coisas de menina que me abrem , me permeiam e me finalizam.
Acredito ser isso a poesia, o melhor de mim. O que eu rimo , o que eu choro , o que eu metáfora.
Quero que me leia. Página por página sem parar,por favor,sem parar. Quero que não consiga desgrudar seus olhos de mim e que nem durma.
Eu deixo você voltar quantas vezes quiser ao que houver em mim que lhe deixe feliz , que tenha feito você rir. Deixo você me decorar.
Preciso muito que você me folheie , me leve , me deixe sempre ao seu alcance. Ou minha existência não terá tudo o menor sentido.
Por favor , me leia em voz alta.
Me leia embriagado de solidão e angústia.
Me conta bem alto !
_________________________________
Use #tomaaiumpoema
Siga @tomaaiumpoema
Texto: Metáfora sem Refinamento
Poeta: Cláudia Câmara
Voz e Seleção: Neusa Doretto | @neusa_doretto
Apoio: Germina Literatura
https://tomaaiumpoema.com.br
ATENÇÃO Somos um projeto social.
Todo valor arrecadado é investido na literatura.
FAÇA UM PIX DE QUALQUER VALOR
CNPJ 33.066.546/0001-02
ou tomaaiumpoema@gmail.com
Até mesmo um real ajuda a poesia a se manter viva!
1806 епізодів
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Mas continue.
Me abra ao acaso e passeie por trechos engraçados - eles deveriam chamar sua atenção assim, naturalmente. Demore- se no que eu tiver de poético. De bobo mesmo. Onde eu falo orvalho em vez de umidade. Onde tem relva no lugar de grama. Essas coisas de menina que me abrem , me permeiam e me finalizam.
Acredito ser isso a poesia, o melhor de mim. O que eu rimo , o que eu choro , o que eu metáfora.
Quero que me leia. Página por página sem parar,por favor,sem parar. Quero que não consiga desgrudar seus olhos de mim e que nem durma.
Eu deixo você voltar quantas vezes quiser ao que houver em mim que lhe deixe feliz , que tenha feito você rir. Deixo você me decorar.
Preciso muito que você me folheie , me leve , me deixe sempre ao seu alcance. Ou minha existência não terá tudo o menor sentido.
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